Nascido em Dublin em 1865, filho de um advogado que deixou os tribunais para se dedicar à pintura, Yeats publicou seus primeiros poemas em jornais locais. Seus temas, de início, eram ligados ao misticismo, uma vez que ele esteve envolvido com a Sociedade Hermética – da qual também fazia parte o mago Aleister Crowley – e também com a Sociedade Teosófica de Madame Blavatsky. Entretanto, as influências mais fortes em seus poemas provinham da tradição mítica irlandesa : as fadas, os heróis, os clãs e reis mitológicos. As primeiras aparecem em poemas famosos, como The Stolen Child, enquanto os últimos se fazem presentes principalmente no épico The Wanderings of Oisin, publicado em 1889.
O interesse de Yeats por esses temas ia além de seu conteúdo simbólico. Tal como a maior parte dos artistas e intelectuais da Irlanda daquele tempo, ele estava interessado em reviver a herança céltica do seu povo, personificada na mitologia e na tradição dos bardos, e cujo conhecimento reforçava nos irlandeses a idéia da identidade nacional. Nessa tarefa, tanto árdua quanto prazerosa, as associações literárias exerciam um importante papel. Assim, Yeats reformou a Sociedade Literária Irlandesa e a Sociedade Literária Nacional em Dublin, promoveu a Nova Biblioteca Irlandesa e, a par de seus poemas, compilou e publicou volumes de histórias populares e contos de fadas, exatamente como Jakob e Wilhelm Grimm haviam feito na Alemanha.
Considerado, já naquele tempo, um dos maiores escritores de língua inglesa dos séculos XIX e XX, Yeats foi agraciado com o Nobel de Literatura em 1923. Suas atividades, no entanto, estavam longe de terminar, tanto no campo político – no qual chegou a se eleger senador – quanto no literário. Em 1932, ele fundaria a Academia Irlandesa de Letras, e continuaria a escrever seus poemas de cunho mítico e libertário até 1939... quando, tendo decidido que o mundo era mais triste do que podia compreender, finalmente se deixou transportar para o mundo das fadas.
....................
Aqui vai um poema de Yeats, escrito, dizem, para sua amada, Maud Gonne. Maud era ativista no movimento de libertação da Irlanda e, embora a admirasse profundamente – o que está expresso no poema – Yeats acabou por não se casar com ela.
WHEN YOU ARE OLD
When you are old and grey and full of sleep,
And nodding by the fire, take down this book,
And slowly read, and dream of the soft look
Your eyes had once, and of their shadows deep;
How many loved your moments of glad grace,
And loved your beauty with love false or true,
But one man loved the pilgrim Soul in you,
And loved the sorrows of your changing face;
And bending down beside the glowing bars,
Murmur, a little sadly, how Love fled
And paced upon the mountains overhead
And hid his face amid a crowd of stars.
Um comentário:
... mas tentou diversas vezes.
bj
vania
Postar um comentário