quarta-feira, outubro 25, 2017

Um Recado para quem Estiver no Rio!




Pessoas Queridas,

Quem estiver no Rio entre 26 e 29 de outubro não deve deixar de visitar o estande da Draco na Primavera Literária, que este ano mudou de endereço: vai estar na Casa França-Brasil, um lugar ainda mais central, perto do Centro Cultural Banco do Brasil e de vários museus, sem falar na arquitetura carioca que é linda de morrer.

Por nossa vez, estaremos com todo o catálogo de livros e HQs, marcadores, sorrisos e, é claro, muitos e bons descontos!

Apareçam!

sexta-feira, outubro 06, 2017

Arquivo Lima Barreto Selecionado para o MoW

Pessoas Queridas,

É com prazer que informo que o Arquivo Lima Barreto agora faz parte do Programa Memória do Mundo - MoW da UNESCO.



Abaixo, o resumo da candidatura, elaborada por mim:

O Arquivo Lima Barreto é um conjunto composto por aproximadamente 1126 documentos compreendidos entre as datas 1892-1922, produzidos ou acumulados pelo escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto. A tipologia inclui recortes de jornais, originais literários, anotações sobre literatura, material relativo à publicação de livros (contratos, recibos, faturas...), documentos pessoais e correspondência enviada e recebida pelo titular e terceiros. Entre os correspondentes encontram-se Monteiro Lobato, Olavo Bilac, Pascoal Carlos Magno, Carlos Sussekind de Mendonça, Herbert Moses, Mário Pederneiras, Francisco Schettino, entre outros nomes ligados às Letras e à atividade editorial. O arquivo inclui pelo menos uma crônica inédita (“Portugueses na África”) e os originais dos “Diários do Hospício”.

O arquivo é de grande interesse para os pesquisadores não apenas de Literatura Brasileira -- que aí encontrarão subsídios para analisar a obra de Lima Barreto e estabelecer edições críticas, além de compreender o panorama literário do Brasil nas primeiras décadas do século XX – como também para os cientistas sociais e historiadores, principalmente os que trabalham com questões ligadas às relações inter-raciais, visto ser Lima Barreto negro e de origem modesta, o que acarretou inúmeras implicações sociais e contribuiu para adiar seu reconhecimento como escritor.

domingo, outubro 01, 2017

Dragões

Pessoas Queridas,

O mês se inicia, e este vai ser bem agitado. Na blogosfera vamos ter postagens frequentes -- no blog do Castelo, espero que diárias -- e eu pretendo não deixar passar muito tempo entre uma e outra por aqui também.

Para começar, eis um texto sobre Dragões, que escrevi para a coletânea "Bestiário", organizada por mim e Ana Cristina Rodrigues para a Editora Ornitorrinco. Espero que gostem!




               O dragão é uma das criaturas mitológicas mais conhecidas em todo o mundo. As primeiras referências a ele provêm das civilizações do Crescente Fértil, como a Babilônia, onde aparece associado à deusa Tiamat. Na Índia, os Vedas, livros sagrados escritos há cerca de 3.500 anos, narram a vitória do deus solar Indra sobre um dragão-serpente de nome Vitra.
            Segundo a tradição chinesa, os dragões são seres celestiais, ligados ao equilíbrio entre os elementos. Simbolizam a honra, a sabedoria e o poder – não à toa, os imperadores se diziam seus descendentes – e ocupam um papel de destaque na cultura daquele povo. Esta exerceu grande influência em outros países do Extremo Oriente, como o Japão, a Coreia e o Vietnam, onde o mito se desenvolveu de acordo com  características próprias, diferentes daquelas que encontramos nos dragões ocidentais.
Na Europa, as representações mais antigas são datadas da Idade do Bronze, quando os dragões eram relacionados aos deuses e aos cultos da fertilidade. Da Grécia veio a palavra drákon, que significa tanto “dragão” como “grande serpente”. De fato, algumas criaturas mencionadas em lendas gregas são representadas ora de uma, ora de outra forma, como o dragão que vigia o tosão de ouro na lenda dos argonautas. Cila e Caríbedes, que guardavam um estreito marítimo, e a hidra derrotada por Hércules podiam aparecer como dragões ou como serpentes marinhas.
            A ideia que os ocidentais costumam fazer de um dragão se baseia sobretudo nos mitos nórdicos e anglo-saxões. Para esses povos, os dragões também estavam relacionados às forças da natureza. As sagas escandinavas falam de Jormungand, a serpente que envolve o mundo com seu corpo, enquanto as lendas de Beowulf e Siegfried mostram dragões em seu conhecido papel de guardiões de tesouros. Já nas lendas arturianas, o jovem Merlin escapa da morte ao revelar a existência de dois dragões sob o terreno onde o rei Vortigern pretendia construir sua fortaleza.
Talvez pela associação entre sua imagem e a da serpente, a Idade Média  enxergou no dragão uma criatura maléfica. Lendas cristãs mostram São Jorge e o arcanjo São Miguel derrotando dragões que simbolizam o demônio, antagonista das forças divinas. A literatura da época está repleta de histórias em que príncipes e heróis provam seu valor combatendo dragões, descritos como enormes lagartos cuspidores de fogo, cobertos de escamas e dotados de asas semelhantes às dos morcegos. A maioria tem quatro patas, embora existam muitas representações de wyverns, dragões com apenas duas patas traseiras além das asas. Tanto um como outro aparecem com frequência em brasões, escudos e bestiários.
Apesar da fama adquirida na Idade Média, o dragão não perdeu completamente suas qualidades de força e poder, que mais tarde seriam resgatadas pela literatura. Autores de fantasia – e não só – têm escrito sobre dragões sábios e justos, que se aliam aos humanos em combate contra as forças do Mal. E, nesse momento, mesmo os mais bondosos podem se mostrar guerreiros temíveis, capazes de vencer batalhas com um único jato de fogo.

Referências

HOULT, Janet. Dragons: their history and symbolism. Glastonbury: Gothic Image, 1987.
INGPEN, Robert, PAGE, Michael. Encyclopaedia of Things that Never Were. UK: Paper Tiger, 1985.
            Bestiário Online

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Não preciso dizer que existem dragões em várias de minhas histórias, mas sua participação maior se dá em duas noveletas:O Tesouro dos Mares Gelados e O Último Dragão de Athelgard.