domingo, setembro 17, 2006

Jorge Faria Cem Anos

As lágrimas secaram,
cristais
a luzir caminhos.

Já não sei de teus livros,
de tuas ferramentas,
das pequeninas coisas mágicas
que te saíam das mãos.

Mesmo dos versos que reescrevias
não guardei uma linha.

Porque pude conhecer-te,
não me importou nenhuma herança,
a não ser essas memórias que carrego
como mala de mascate.

Porque tanto me ensinaste,
não te darei um minuto de silêncio,
mas uma vida de histórias.

.....

Em memória de meu avô, Jorge Merege (1906-1989),
que me apresentou aos mitos gregos e a Sherazade.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Jujubas em Athelgard

Pessoas Queridas,

Eu juro, eu juro que queria ter postado antes. Mas não consegui. Nestes últimos dias, à exceção de questões familiares e profissionais às quais não posso me furtar, não tenho conseguido me concentrar em nada, a não ser na escrita da trilogia. Espero que valha a pena, quando ela vier à luz...!

Estou muito animada com isso, pois venho produzindo bastante. No dia 25 de agosto pus um ponto final no segundo livro, Um Ano e Um Dia, e comecei a escrever o terceiro, A Fonte Âmbar. Mais uma vez, notei uma grande coincidência, ou mais, sincronicidade em relação à escrita, pois, enquanto o primeiro livro, O Castelo das Águias - que é narrado por uma contadora de histórias - foi iniciado no Dia do Escritor, 25 de julho (de 2005), este, que se passa durante uma guerra, começou no Dia do Soldado. Nada disso foi intencional, e pode ser que seja uma bobagem conferir-lhe alguma importância, mas... bom... eu continuo levando fé nas teorias de Jung.

Fé, aliás, é o que eu espero que não me falte em relação à publicação destes livros. Jamais acreditei tanto numa história e em personagens criados por mim, e sinto uma grande necessidade de compartilhá-los. Depois da trilogia escrita e revisada, eu adoraria despertar o interesse de uma editora, que não apenas imprimisse (isso eu posso fazer por minha conta) mas também distribuísse e divulgasse as minhas obras. Sei que isso é difícil, já que sou uma autora completamente desconhecida e escrevo para um "nicho" restrito de público, mas mesmo assim vou tentar, pois acho que vale a pena. Claro que não descarto a possibilidade de fazer como fiz com os outros livros, uma edição pequena vendida apenas através do blog ou de uma editora virtual - é o que vou acabar fazendo se não conseguir de outro jeito - mas vou me empenhar para que dessa vez seja diferente.

E estou com um monte de idéias meio malucas em relação a isso. Noutro dia, estava lendo um texto da autora de livros juvenis, Thalita Rebouças, que, diante do fato (cruel, mas verdadeiro) de que as editoras recebem milhares de originais que nem chegam a analisar, sugeria que o material fosse enviado de maneira a causar impacto visual. Dentro de uma caixa colorida cheia de jujubas, por exemplo. Bom, eu não acho que jujubas combinem muito com Athelgard e as Águias Guerreiras, por isso estou pensando em confeccionar umas caixas ou envelopes que lembrem a entrada de um castelo e neles enviar meus originais. Tomando por base a sugestão da minha querida Lydi (nos comentários do post anterior), que muito me encheu de orgulho, penso também em fazer um projeto megalomaníaco, apresentando a trilogia não apenas como obra literária, mas como a base de um sistema de RPG que poderia gerar jogos, manuais e todo tipo de produto secundário. Por que não? Tanta gente envia cartas apresentando seus livros como "o próximo best-seller"!

Mas isso ainda está apenas no plano dos sonhos. O que existe de concreto: dois livros escritos e outro a caminho, cujos originais têm sido elogiados por pessoas que são minhas amigas, mas também leitoras contumazes de Fantasia. O apoio e a paciência desses mesmos amigos. E a minha imaginação, que percorre livremente os caminhos de Athelgard. Por tudo isso, vale a pena lutar.

Um beijo carinhoso. Volto assim que puder.

Ana Lúcia