quinta-feira, julho 23, 2020

Primeiro Semestre de 2020 : o que rolou


Pessoas Queridas,

O ano já passou da metade, um ano diferente que ficará para sempre em nossa memória. Infelizmente, não de um jeito legal. Isso, porém, não significa que paramos de nos relacionar, de produzir, de fazer boa arte e de compartilhá-la, como é vital acontecer em tempos difíceis.
Deixo aqui um pouquinho sobre meus trabalhos que vieram à luz este ano, esperando que os próximos apareçam quando as coisas já estiverem melhores.




Terror na Amazônia. Já no início do ano saiu essa bela coletânea da Pará.Grafo, que traz vinte histórias de terror, horror e fantasia dark ambientadas nas florestas, vilas e cidades amazônicas. Algumas são ambientadas no presente; outras, como a minha, no passado, já que voltei ao século XVIII para contar uma passagem perdida da Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira, mas... posso garantir que algumas questões trabalhadas ali continuam atuais.




Depois da Quarentena Organizado por Rosana Rios, este livro reúne poemas, contos e crônicas sobre o que nos espera após o confinamento. No meu caso, foi quase uma autoficção, o que eu imagino que pode acontecer e o sentimento que irá me acometer diante disso. Outros trabalhos puxam mais para o fantástico e/ou são mais otimistas. Aposto que os leitores vão gostar.




Simplesmente Más. Esta coletânea organizada por Lu Evans e Ale Dossena mostra mulheres malvadas – ou, em alguns casos, simplesmente duronas, como é minha protagonista, a Vovó Nevasca. Numa localidade possivelmente situada na América do Norte, num futuro de cores distópicas, ela acolhe três órfãos, e mantê-los alimentados e em segurança é... bom, uma tarefa nada fácil.




Tempo de Dragões. Os amigos do Núcleo de Literatura e Cinema André Carneiro abriram essa seleção, e eu adorei escrever a história de Yolanda, que administra o palácio do governo de Flândria e de repente se vê às voltas com as idiossincrasias de um hóspede: o Embaixador de Skamandra. Os outros contos do livro trazem uma grande variedade de estilos: humor, romance, suspense e às vezes uma mistura de tudo isso.


Cyprien retratado por Hidaru Mei


E não pensem que me esqueci de Athelgard...! Nos primeiros meses do ano postei uma história sobre a visita de Cyprien de Pwilrie à recém-fundada Escola de Artes Mágicas. Está em várias partes no blog do Castelo das Águias e pode ser lida de graça, como vários outros contos e artigos publicados lá.




Por fim, quem quiser me conhecer melhor, conferir algumas das minhas opiniões sobre o ofício da escrita e o mercado editorial pode procurar a coluna Na Mesa do Escritor, no blog Ficções Humanas; ou ainda acessar esta entrevista que dei para o Café Pós-Moderno, ou esta live, no canal do escritor e professor Saymon César.

Espero, em todos os casos, que vocês gostem do que irão encontrar. E que depois me digam!

Abraços, e até a próxima! 


domingo, julho 12, 2020

#Espalhe Fantasia : O Urso e o Rouxinol

Pessoas Queridas,

        Nossa campanha #EspalheFantasia entrou numa nova fase, e nela cada participante irá compartilhar uma obra do gênero que o tenha encantado, de preferência leitura recente.


       Eu saltei logo pra dizer: vou falar de O Urso e o Rouxinol, de Katherine Arden. E falo por vários motivos. Primeiro, por ser uma fantasia muito bem escrita, dirigida principalmente a jovens adultos, mas sem cair na tentação de simplificar demais o texto ou enchê-lo de coloquialidades próprias de hoje. Segundo, por se passar na Rússia medieval, que é um lugar encantado e foi caracterizado com mestria. Terceiro, por remeter aos contos de fadas que eu tanto adoro, quarto por ter uma heroína muito bacana e quinto porque... DUENDES!

       Sim, duendes! Os Reinos Invisíveis ocultos em solo eslavo são riquíssimos e ainda hoje muito presentes no imaginário popular; imaginem só naquele tempo. As pessoas eram cristãs, mas, tal como na Irlanda e em outros lugares muito mágicos, sua fé era permeada pela crença e pelo convívio com o Povo Pequeno, com todas as bênçãos e maldições que eles podem trazer. O livro está repleto não apenas de domovoi, dos quais a maioria das pessoas ouviu falar (aqueles que moram embaixo do fogão), mas também de duendes que vivem em lugares como o estábulo e a casa de banho, fadas do rio e criaturas ligadas às árvores. E ainda dois irmãos misteriosos, lendários, possivelmente terríveis, com os quais a jovem Vasya, herdeira e catalisadora de antigos poderes,  tem de se envolver a fim de proteger sua família.

       Por falar em família, tanto os parentes de Vasya quanto os demais personagens são bem caracterizados, com personalidade e modos distintos. Destaque para a madrasta (fiquei com pena, sinceramente, apesar de ela não ser uma boa pessoa), para o sacerdote (humano demais, coitado) e para o irmão Sasha, que espero encontrar no próximo livro, A Menina na Torre. Ainda não comprei; pelo que li, se passa em Moscou e é mais realista. Como tenho o primeiro em papel, acho que vou esperar para comprar o segundo junto com o terceiro, quando este for lançado no Brasil.

       Enfim, O Urso e o Rouxinol me trouxe várias horas de leitura envolvente, uma trama emocionante e cheia de reviravoltas envolvendo criaturas fantásticas, e deixou um belo gancho para os próximos volumes. Ainda que não seja tão fã de duendes quanto eu, se você gosta de mitologia e folclore e de histórias medievais, acho que esse livro irá te encantar também.

     Até a próxima, e não se esqueça: seja onde e como for, #EspalheFantasia! O mundo precisa voltar a ter esperança.