terça-feira, agosto 23, 2005

Ainda Sobre Poesia... e uma da Lulu!

Pessoas,

Antes de mais nada, muito obrigada pela atenção que deram ao meu poema. Estou há mais de trinta anos rasgando papel - fui implacável com minhas primeiras histórias, isso sem falar das duas ou três mil páginas de rascunhos - mas os poemas copiados num determinado caderno, esses ficam e ficarão para sempre. Tem coisas que não dá para jogar fora, mesmo que acabem fechadas na gaveta. E, mesmo que a gente imagine que esse é o destino delas, tem coisas que não dá para deixar de escrever.

Eu tenho me reaproximado da poesia por vários caminhos. Domingo passado estive numa reunião de escritores e, como várias das pessoas presentes, me dispus a dizer alguma coisa ao microfone. Minha prima, Beatriz Chacon - ainda falarei dessa mulher gentil e poetisa sensível - sugeriu que falasse um pouco sobre contos de fadas, mas eu não queria "palestrar", nem havia tempo para contar uma história... então, me decidi por um poema, O Bardo da Aldeia, que vocês, se quiserem conhecer, podem encontrar na minha lista de posts. As pessoas gostaram (bom, pelo menos não jogaram ovos!) e Beatriz brincou comigo: "Você então também escreve poesia... estava escondendo o jogo"!

Foi a deixa para explicar a ela que realmente trabalhava mais no campo da prosa, mas que tinha guardado alguns poemas antigos e que, de vez em quando, ainda aparecia um ou outro que dava para aproveitar. Beatriz me aconselhou a não jogar nada fora, mas contestou a oposição que eu estava estabelecendo: pois é tão tênue, às vezes, a fronteira entre a prosa e a poesia!

Não sei se isso é meu caso, mas muitas vezes é verdade. Há textos, mesmo em prosa, que têm uma música intrínseca, um ritmo que diverge da narrativa e os transforma, inadvertidamente ou não, em poesia. Comigo o que acontece muito é o contrário: eu começo a escrever algo que parece ser um poema e acabo contando uma história, como o Ana e os Lobos tão bem comentados pela Taís e pelo Milton (lista de posts mais uma vez, please). De qualquer forma, estou feliz, porque seja em prosa ou em poesia, falada ou escrita, tenho conseguido me expressar. E as respostas de quem me lê e/ou me ouve têm sido as mais gratificantes.

E, falando de prosa e poesia, ontem a Luciana me fez uma confidência que pertence a esses campos. Ela me disse, quase exatamente, o seguinte:

Mamãe,
antes de dormir,
tem uma coisa que eu preciso te contar.
Sabe quando eu faço bagunça na creche,
e um amigo não faz,
e a tia vem e briga comigo?
Eu fico lá pensando e eu penso
que aí eu não queria ser eu.
Eu queria ser o amigo.


.......

O que acham? Filha de peixe mesmo, em palavras e sentimentos... não é verdade? ;)

Abraços para vocês,

Até a próxima!

Ana Lúcia

quarta-feira, agosto 17, 2005

A Cor do Horizonte : um velho poema perdido

Nunca mais coneguirei escrever o tal poema,
a tal decalogia; nunca mais
ouvireis de mim as crônicas,
as estórias da História distante,
das terras mágicas, dos povos mágicos,
do ouro sob as garras dos dragões.

Nunca mais terei a inocência necessária,
nunca mais
A saga dos heróis de olhos brilhantes,
dos talismãs forjados nas estrelas, dos magos e poetas como eu fui.

Pois nunca mais saberei ser poeta.
Os poetas são livres, e eu tenho um lugar no mundo,
um lugar (entre os dentes)
ao Sol (da roda do mundo).

Tracei uma rota para o que é visível,
E assim o meu caminho se perdeu.
Ali onde se define a cor do horizonte
É o fim do arco-íris.

(1994)


.......

Pessoas,

Por favor, não se assustem. Isso não é o fim do blog, nem um comunicado de desistência de todos os meus sonhos ou da carreira de escritora!

Como a data embaixo mostra, A Cor do Horizonte é um poema que eu escrevi em 1994, quando estava desestimulada de todo no campo da ficção. Depois disso, já tive outros "bloqueios de escritor", mas não sou mais tão criança a ponto de dizer coisas como essas. Escrever e contar histórias é uma parte fundamental da minha vida e, mesmo que às vezes me faltem idéias ou inspiração, ou que eu esteja voltada para outros lados, sempre acabo voltando ao meu ofício.

Assim, entre o "fim do arco-íris" e o começo desta nova fase, mais de mil páginas foram escritas, e muitas ainda esperam seu momento de brotar. No dia 25 de Julho, Dia do Escritor (se foi um acaso, foi feliz!), comecei meu novo livro, cujo título provisório é O Castelo das Águias, e que caminha firme e forte para o seu décimo capítulo. E sabem o que é muito legal? Os protagonistas, que são adolescentes, escrevem canções e poemas... e eu vou usar os textos do meu velho caderno de poesias, que escrevi entre os 13 anos (início da fase ocultista) até o momento em que conheci o João, quando deixei de ser poeta porque passei a ser feliz.

Mas a prosa ficou... Vamos compartilhá-la!

Abraços a todos,

Até a próxima!

Ana Lúcia

quarta-feira, agosto 03, 2005

Entrevista com a Maluquete

Pessoas queridas,

Procurando a atualização da Ciência Hoje das Crianças na rede, vejam o que achei sobre uma certa escritora ...

Confiram e voltem para me dizer o que acharam dela! ;)

Abraços,

Até breve!!

Ana Lúcia