sexta-feira, dezembro 30, 2011

Retrospecto: Melhores Leituras de 2011 (Parte 2)

Oi, Pessoas!

Como prometido, aqui vai a lista dos "10 mais" de 2011, desta vez de autores brasileiros. Lembro, mais uma vez, que os livros estão na ordem em que foram lidos e não na de preferência, OK?

Livros Nacionais - Mainstream

O Livro dos mandarins, de Ricardo Lísias. Um executivo bancário decidido a subir a qualquer custo se deixa envolver por uma farsa corporativa, que, ao longo de situações cada vez mais bizarras, vai distorcendo sua visão da realidade e sua própria personalidade. Nonsense e delicioso.

O Arroz de Palma, de Francisco Azevedo. Uma saga de família que começa em Portugal e termina no interior do Brasil. Antonio é o filho mais velho e o narrador dessa ótima história que é humana, sensível, verdadeira e nem uma vírgula piegas. Para ler mais de uma vez e partilhar com nossos entes queridos.

Yuxin, de Ana Miranda. A autora de Desmundo e outras obras geniais dá voz a uma jovem indígena do Acre, no início do século XIX, para narrar a história e o sofrimento de seu povo com uma linguagem peculiar. Não é um livro para todos. Foi um dos melhores, para mim.

Contramão, de Henrique Schneider. O atropelamento de duas crianças vira do avesso o dia e a vida de Otávio Augusto, jovem executivo portoalegrense. História simples que prende o leitor pela força da narrativa.

Então você quer ser escritor?, de Miguel Sanches Neto. Coletânea de contos do autor paranaense, um dos meus prediletos desde seu excelente Chove sobre minha infância. Alguns contos são pura ficção, outros fazem referência a episódios na vida de Miguel e todos são muito bons. Vale a pena.

Livros Nacionais - Literatura Fantástica

Annabel e Sarah, de Jim Anotsu. Duas irmãs, que não poderiam ser mais diferentes, são arrastadas para um estranho mundo onde encontram personagens curiosos. Cada qual vive uma aventura própria a fim de reencontrar a outra - e a parte de si mesma que se perdeu. Um livro muito legal, especialmente pelas referências à literatura beatnik.

Os Aparados, de Letícia Wierzchowski.Num futuro indefinido, Porto Alegre sofre os efeitos de chuvas torrenciais, com alagamentos, mortes e outras catástrofes. Nesse contexto, um avô e sua neta se refugiam nos Aparados da Serra, tentando sobreviver e, ao mesmo tempo, resgatar o laço tênue do amor entre ambos. Sensível, humano e admiravelmente bem escrito.

Eriana, de Marcelo Paschoalin. Um livro curtinho, com personagens que são como arquétipos e repleto de ação do início ao fim. Lembra uma aventura de RPG, mas com dois grandes diferenciais: a linguagem bem-cuidada, quase erudita de Paschoalin e o simbolismo sutilmente contido na trama. Vale a pena.

Cira e o Velho, de Walter Tierno. De forma surpreendente, este livro mistura a lenda brasileira da Cobra Norato e um personagem histórico, o bandeirante Domingos Jorge Velho, para contar uma história cheia de ação, erotismo e reviravoltas.

Reino das névoas, de Camila Fernandes. Mais um livro de que sou "suspeita" para falar. Como eu em O Caçador, Camila recria contos de fadas, mas com outro viés e outra linguagem. O resultado é um livro sério, bonito de ver e gostoso de ler. Recomendo.

...

Bom, amigos... O ano está quase acabando e eu aqui com tanto a dizer. Não faz mal: deixo para 2012, que nos trará muitas e belas novidades. Espero que continuem aqui na Estante, partilhando leituras, pensamentos e sonhos. É um prazer e uma honra contar com vocês.

No mais,


E que caminhemos em Beleza!

Abraços pra vocês,

Até breve!

quinta-feira, dezembro 22, 2011

Retrospecto: Melhores Leituras de 2011 (Parte 1)


Queridas Pessoas,

Até 2008, se não me falha a memória, eu reservava os últimos posts de dezembro para falar dos livros que mais tinha curtido ao longo daquele ano. Ás vezes eram 10, às vezes 20; já os dividi como “nacionais e estrangeiros”, “ficção e não-ficção” e já tive a categoria “infantojuvenil”, dependendo de quantos e quais livros havia na lista. Este ano, decidi retomar a tradição, para o que farei dois posts: um dedicado aos livros estrangeiros e outro aos brasileiros. Dentro deles haverá uma subdivisão para a literatura fantástica e outra para a realista, ou mainstream , se preferirem.

Deixo claro que a ordem de citação dentro de cada categoria não é a de preferência e sim a de leitura. Também optei por deixar de fora coletâneas de vários escritores; o único livro de contos é de autor único. E antes de alguém dizer que determinado livro imperdível ficou de fora, lembro que posso ter lido a obra há mais de um ano (como aconteceu com Neon Azul, excelente livro de contos de Eric Novello) ou, shame on me, ainda não a ter lido (como as sequências de A Guerra dos Tronos, que dizem ser melhores do que o primeiro livro).

Então, sem mais delongas, aqui vai a parte 1 da lista:

Livros Estrangeiros – Mainstream

- A Jornada de três dias, de Joseph Boyden. Foi o primeiro livro lido no ano e um dos que mais gostei, mas quem me conhece sabe que sou “suspeita”. Conta a história de dois índios canadenses recrutados para a I Guerra Mundial, um dos quais retorna ferido e é recolhido pela tia, última sobrevivente da tribo. Suas memórias de guerra se entrelaçam às da mulher sobre a cultura perdida e ultrajada de seu povo.

- A Filha da herege, de Kathleen Kent. Li quando estava pesquisando sobre a caça às bruxas, a fim de escrever meu conto para Sagas 3 – Martelo das Bruxas, da Editora Argonautas. E foi um achado. A autora reconstitui magistralmente os acontecimentos em Salem e outras aldeias da Nova Inglaterra, envolvendo o leitor na história a cada página.

- O Último ritual, de Yrsa Sigurdardottir. Um estudante alemão, fascinado por antigos rituais nórdicos de sacrifício, é encontrado mutilado na Universidade de Reykjavik, o que leva a uma investigação e a impressionantes revelações. Bem escrito e com trama muito bem montada.

- Um Domingo para sempre, de Sébastien Japrisot. Cinco soldados franceses são condenados à morte, em 1917, por terem se automutilado. A noiva de um deles não acredita que seu amado esteja morto e dedica vários anos a uma busca sem trégua, o que levará a resultados surpreendentes.

- Seis suspeitos, de Vikas Swarup. Um playboy indiano é assassinado durante uma festa. O livro acompanha os antecedentes de cada um dos suspeitos, cada qual com uma história mais incrível que a outra, e todos com motivos para cometer o crime. Achei ainda melhor do que Sua Resposta vale um milhão, do mesmo autor.

Livros Estrangeiros – Literatura Fantástica

- A Guerra dos tronos, de George R. R. Martin. Já se falou o suficiente sobre esse livro, por isso creio que não preciso apresentá-lo. Dou apenas minha opinião: a obra é super bem-construída, com trama e linguagem envolventes, e a leitura me deu muito prazer. Não podia deixá-lo fora da lista.

- Celtika, de Robert Holdstock. Este livro desconcertante (esta é a palavra) mistura os mitos gregos aos célticos, tornando Jasão e Merlin companheiros em uma jornada que atravessa várias eras. Não é uma leitura fácil. Mas vale muito, muito a pena.

- A Estrada, de Cormac McCarthy. Mais um que li para me inspirar, desta vez para a antologia 2013, que sairá no ano que vem pelas Editoras Literata e Ornitorrinco. O livro é duro, seco, rude - e ao mesmo tempo de um lirismo surpreendente quando se trata de mostrar as relações entre o pai e o filho. Recomendo, mas só para quem tem coração forte.

- A Garota dos pés de vidro, de Ali Shaw. Fiquei em dúvida se este livro era de LitFan, mas acabei me convencendo de que sim. Conta a história de um fotógrafo tímido e de uma jovem que sofre de um estranho mal: seu corpo está se transformando em vidro a partir dos pés. O forte aqui é o estilo, a linguagem, a composição das paisagens quase oníricas; muitos se decepcionaram com a trama e o final (segundo o Skoob) mas eu posso dizer que foi um dos textos mais bem-escritos que li este ano.

Blackbringer: As Fadas de Dreamdark, de Laini Taylor. Este ano não houve categoria juvenil, então incluí este na lista. A despeito da tradução e revisão descuidadas da Novo Século, devorei cada página deste livro que mostra o Reino das Fadas como algo realmente mágico, realmente pulsante. Um dia eu quero criar algo tão belo assim.

...

Bom, pessoas... Estas foram as primeiras dicas. Espero que inspirem suas leituras e os encorajem a deixar aqui seus comentários e as sugestões de outras obras. Vamos ampliar o círculo!

Abraços a todos - e até breve!

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Excalibur: nova antologia da Draco!


Como todos devem saber, 2012 será o Ano do Dragão, e para comemorá-lo a Editora Draco preparou uma série de surpresas para leitores e escritores de Literatura Fantástica.

Estou aqui para anunciar uma delas, que agradará aos fãs da Idade Média (e não só): a antologia Excalibur: histórias de reis, magos e távolas redondas, que reunirá contos sobre ou baseados no universo arturiano em qualquer uma de suas versões. Sou uma das organizadoras, juntamente com o editor da Draco, Erick Santos Cardoso, e devo contribuir também com um conto.

Uma visita ao blog dará mais detalhes. Esperamos ter o prazer e a honra de contar com vocês!

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Nos Domínios do Saber Lobatiano : oficina com Áurea Laguna


Pessoas Queridas,

Os fãs de Lobato residentes no Rio e adjacências terão uma ótima oportunidade de conhecer e debater a obra do escritor para o público infantil. No dia 14 de dezembro, Áurea Laguna irá ministrar uma oficina com a participação das contadoras de histórias Deka Teubl e Sônia Sampaio, integrantes do duo As Alquimistas da Palavra.

Especialista em Língua Portuguesa e Estudos Literários pela UNESP, Áurea é autora dos ensaios "Os Ilustradores de Monteiro Lobato" e "O Saber nas Vozes Lobatianas de Emília e do Visconde de Sabugosa", e junto com Deka e Sonia montou uma programação bem dinâmica:

- Abertura: contação de história: Sonia Sampaio
- O nascimento da Literatura para crianças na Europa
. Perrault, Irmãos Grimm e Andersen
. As instituições: família e escola nos séculos XVIII e XIX
- A Literatura para crianças no Brasil
. A literatura escolar
. O surgimento do escritor Monteiro Lobato
- A permanência de Lobato na atualidade
. A saga do Sítio do Picapau Amarelo
. O resgate das obras literárias do escritor
- Atividades lúdicas
- Bibliografia
- Entrega de certificados

E aqui vão as informações práticas:

. Local: Espaço Cultural Correia Lima
. Endereço: Rua Bento Lisboa, 58 - 1o. andar / Catete / RJ
. Dia: 14 de dezembro de 2011 (quarta-feira)
. Horário: das 14:00 às 16:00 horas
. Carga horária: 2 horas-atividade
. Investimento: R$25,00 (com material didático)
. Inscrição: até 10/12/2011 (sábado) com:
- Sonia Sampaio: e-mail: sonia.sampaio@oi.com.br; Fone: (21) 2551-3572
- Deka Teubl: e-mail: dekateubl@yahoo.com.br; Fone: (21) 3237-7237

Legal, não? Então, se você se interessa pelo assunto, não perca a oportunidade de participar. Vale realmente a pena!

Abraços a todos,

Até breve!

sexta-feira, novembro 25, 2011

O Castelo das Águias de Ana Lúcia Merege com Super-Desconto!!!

Pessoas Queridas,

Para quem está a fim de conhecer melhor Anna e Kieran mas tem restrições orçamentárias, trago uma boa novidade. Em comemoração aos 2 anos da Editora Draco, os livros já lançados estão com um ótimo desconto: 50% com frete incluso, bastando comprar duas obras. O Castelo das Águias sai por inacreditáveis R$ 17,90 - preço de livro de bolso!!

Deem uma olhada nos descontos da Editora Draco e aproveitem. Como diz o editor Erick Santos, só daqui a dois anos vai ter mais.

Abraços a todos!

quarta-feira, novembro 09, 2011

As Viagens Mágicas de Ana


Tempos atrás, revisitando as minibiografias que acompanham meus contos e artigos, percebi que tenho dado ênfase à minha paixão por viagens. Descrevo-me como uma ex-mochileira que virou ecoturista (categorias não mutuamente excludentes) e pelo menos uma vez cheguei a mencionar roteiros culturais.

De certa forma isso pode ser visto como uma tentativa de me dar a conhecer, ou mesmo estabelecer um vínculo com meu leitor em potencial: talvez ele simpatize comigo se partilharmos um interesse. E talvez haja uma razão, ainda que inconsciente, para eu ter escolhido falar sobre isso, quando há tantas outras coisas de que gosto – uma razão que se tornou mais clara à medida em que fui avançando nestas linhas. Pois é, por que dizer que curto viajar? Qual a relação entre as viagens e a literatura fantástica, ou, melhor ainda, qualquer tipo de literatura?

A resposta salta aos olhos: a ligação é enorme. E antiquíssima, se pensarmos na literatura desde os seus primórdios. Com o surgimento da linguagem, as viagens e deslocamentos deviam fazer parte de quase todas as narrativas: fugas, migrações, expedições de guerra, caça e exploração de novos territórios, que culminavam com o retorno vitorioso dos heróis. Essas histórias ancestrais se constituem na matriz de todas as mitologias e narrativas épicas, desde a Gesta de Gilgamesh às sagas vikings, sem esquecer a grande viagem que é contada na Odisseia. Mais tarde, trovadores e saltimbancos – muitos deles itinerantes – cantariam as proezas dos cavaleiros, enquanto Chaucer nos levava a trilhar a estrada de Canterbury e Dante os círculos do Inferno.

Então, de repente, os horizontes se alargaram. Do Oriente e do Novo Mundo chegavam relatos de viajantes, fantasiosos ou não, que povoavam nossos sonhos e semeavam o desejo de aventura. Mitos, lendas, narrativas de todos os tipos e origens vieram se somar ao caldeirão do nosso imaginário, incrementando a poção mágica da qual bebemos até hoje.

De lá para cá, a estrutura das histórias nem mudou muito. O cenário e os personagens variam, mas, no fundo, é sempre uma jornada, seja a do herói ou a do anti-herói. Nós a encontramos em lendas e narrativas épicas; em contos maravilhosos e de fadas; em Marco Polo, Andersen e Cyrano de Bergerac. Para entrar num terreno mais conhecido, Júlio Verne – que muitos acreditam jamais ter saído do seu gabinete – precisou fazer-se ao mar para criar o Capitão Nemo, herói de uma das suas muitas viagens fantásticas. A ficção científica, aliás, está repleta delas, seja no fundo do mar, ao centro da terra, pelo espaço ou através da linha do tempo. Isso vale também para a fantasia, em que frequentemente se empreende uma busca, tal como outrora a dos argonautas e a do Graal. E nós a acompanhamos, roendo as unhas, a cada passo (ou página) da história.

Creio ser essa a cumplicidade que busco com o meu leitor. Tal como outros escritores, entre eles meus amados Hesse e Jack London, sou aficcionada por viagens, mas elas significam muito mais do que uma oportunidade de espairecer e conhecer novos lugares. Viajar, para nós, é encontrar inspiração, imaginar enredos e cenários, deixar-se contagiar por cheiros, sons, imagens que depois traduziremos em palavras. Em suma, é algo fundamental para o processo de escrita, e – o que é melhor – algo que podemos facilmente compartilhar.

Porque, não importa a história ou o gênero, todo leitor é um viajante.

E nada nos deixa mais felizes do que vê-lo participar de nossas aventuras.

Texto escrito originalmente para a revista virtual “Fantazine”, cujo segundo número não chegou a ir ao ar.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Rabindranath Tagore


Pessoas Queridas,
Hoje, na Biblioteca Nacional, precisei catalogar um documento em páli, um idioma indoeuropeu que atualmente é estudado com o fim de decifrar e interpretar textos budistas (antes que alguém pense que eu sei ler em páli, não se precipitem: bibliotecários descrevem documentos com base em dados fornecidos pelos doadores, instrumentos de pesquisa e outras fontes, não necessariamente precisam ler aquele idioma. Ufa!).

A peça é linda, escrita em preto e ouro sobre folha de palmeira laqueada. Para quem vier ao Rio, vale uma visita aqui ao Setor de Manuscritos, sem falar que se me avisarem antes podemos tomar um café; mas não é desse documento que eu quero falar, e sim num autor de que me recordei, depois de muito tempo, devido a uma confusão inicial com os idiomas.

O autor é Rabindranath Tagore, que viveu entre 1861 e 1941 e não escrevia em páli, mas sim em bengali, tendo se afirmado como o mais importante nome dessa literatura. Autor de dramas, hinos, poemas, contos e romances, foi um grande batalhador pela arte e pela cultura bengali, defendendo principalmente o entrelaçamento entre a música e a poesia – compôs cerca de 2.000 canções, fundindo a música hindustani a tradições folclóricas de diferentes partes da Índia, sobretudo de Bengala, sua terra natal.

O prestígio de Tagore não se limitou à Índia. Em 1913, ele se tornou o primeiro autor asiático a receber o Prêmio Nobel de Literatura; dois anos depois recebeu da Coroa Britânica o título de Sir, ao qual renunciou em 1919 como forma de protesto à política britânica no Punjab. Mas Tagore não ficou sem título nenhum: além do Nobel, recebeu de seu amigo, o Mahatma Gandhi, a denominação de Sentinela da Índia. Outro admirador foi William Butler Yeats (já contemplado com um post aqui na Estante), que escreveu a apresentação da edição inglesa de Gitanjali, um dos mais famosos livros de Tagore.

Anos atrás, li alguns contos e poemas de Tagore traduzidos para o português, e fiquei com uma ótima impressão. Agora, lembrando-me dele, fui procurar material na rede e me deparei com uma preciosidade: um livro inteiro colocado à disposição do público. A tradução do bengali para o inglês é do próprio autor, de forma que é quase como ler no original. E ainda tem belas ilustrações, que casam perfeitamente com a prosa poética desse The Crescent Moon.

Espero que vocês tirem uns minutinhos para passar os olhos pelo livro. Vale a pena. E só para dar um gostinho separo aqui meu poema predileto, que fala... bom, de fadas, é claro. De que mais? :)

FAIRYLAND

If people came to know where my king’s palace is, it would vanish
into the air.
The walls are of white silver and the roof of shining gold.
The queen lives in a palace with seven courtyards, and she
wears a jewel that cost all the wealth of seven kingdoms.
But let me tell you, mother, in a whisper, where my king’s
palace is.
It is at the corner of our terrace where the pot of the tulsi
plant stands .
The princess lies sleeping on the far-away shore of the seven
impassable seas.
There is none in the world who can find her but myself.
She has bracelets on her arms and pearl drops in her ears; her
hair sweeps down upon the floor.
She will wake when I touch her with my magic wand and jewels
will fall from her lips when she smiles.
But let me whisper in your ear, mother; she is there in the
corner of our terrace where the pot of the tulsi plant stands.
When it is time for you to go to the river for your bath, step
up to that terrace on the roof.
I sit in the corner where the shadow of the walls meet
together.
Only puss is allowed to come with me, for she know where the
barber in the story lives.
But let me whisper, mother, in your ear where the barber in
the story lives.
It is at the corner of the terrace where the pot of the tulsi
plant stands.

....

Bons sonhos e até a próxima!

segunda-feira, outubro 17, 2011

Vampiros de Alma : o audiobook


Pois é, Pessoas.

A maioria dos meus leitores me considera uma escritora voltada para o público jovem/jovem adulto, e tenho feito umas incursões pelo infantojuvenil. Quando preciso - embora não curta rótulos - definir meu trabalho com base no que já produzi e nos planos a médio prazo, digo: escritora de ficção fantástica para jovens. E, de fato, é o que mais gosto de fazer; mas às vezes outro tipo de inspiração aflora, e não há razão para não segui-la.

Um conto recente, destinado ao público adulto, está em O Martelo das Bruxas, terceiro volume de Sagas, da editora gaúcha Argonautas, divulgado em post anterior. Agora, é com orgulho que venho anunciar minha participação no audiobook Vampiros de Alma, organizado pela Rádio Digital Rio FM, sob a batuta da minha incrível amiga Anny Lucard. O prefácio é do não menos incrível Adriano Siqueira. E, sobre a antologia, tem mais uma coisa incrível: apesar do título e dos nomes envolvidos, o audiobook não é sobre vampiros. Bem, não exatamente. Trata-se de uma coleção de contos acerca de súcubos e íncubos, vampiros não de sangue mas de energia, principalmente a sexual.

Gostaram? Então não percam tempo. Deem um pulo aqui para saber quem são os outros autores e conhecer mais detalhes.

E, no mais... curtam bastante a nossa travessura de Halloween! :)

Abraços a todos!

quinta-feira, setembro 29, 2011

A Noite do Contrabando: um exercício de recolha oral


(Fala do narrador, com voz metálica)
Noite de lua cheia. Nenhum ruído. Nenhuma alma viva. Duas pessoas se encontram na esquina.
(Diálogo travado em voz rouca)
A - Você é o "Gogosmania3000"?
B - Sou. Você e a "Gogoslove2000"?
A - Sou. O que você tem aí?
B (abrindo a aba do casaco) - Eu tenho Horácio, Do Contra, Nimbus, Marina e Mauricio. E você?
A (com o mesmo gesto) - Eu tenho Mauricio, Chico Bento, Zé Lelé, o... como é o nome... Antão, Piteco e Bidu.
B - Então vamos. (Olhar desconfiado para os lados). Rápido. Antes que alguém nos veja.
A - Vamos. (Ruído de zit-zit-zit, gestos rápidos da mão).
B - Pronto. Eu nunca te vi.
A - Nem eu.
B - Até a próxima lua cheia. (Pausa para o suspense). Quem sabe.

História criada pela Luciana, com pausas e vozes, hoje de manhã. Eu registrei o mais fielmente possível, achando que pode dar um conto mais elaborado. Se não, pelo menos é uma bela lembrança de mãe. ;)

Quanto ao objeto da troca, para quem ficou em dúvida, é este aqui. Luciana tem vários repetidos. Alguém se habilita?


Abraços e até breve!

quinta-feira, setembro 15, 2011

Crônica das Últimas Luas

Dias antes da sua viagem, você é convidada para participar de uma antologia. O tema não é bem seu forte, mas é interessante; a organizadora é sua amiga e há bons escritores com nomes já confirmados. Você aceita, mas, como tem trabalhos mais urgentes, apenas faz uma anotação no seu caderno, na página tantas vezes recopiada onde anotou seu cronograma. Vai tratar disso no final de agosto, quando faltar um mês para o prazo de entrega. Ao fim e ao cabo não deve ser um texto longo.

Você se esforça para entregar três contos antes de partir. Um deles é seguramente um dos melhores que já escreveu, os outros saíram a contento. Você viaja levando um caderno onde espera tomar notas para futuros trabalhos, mas, como de outras vezes, acaba por usá-lo apenas como diário de viagem. E além das paisagens que vê, das sensações e reflexões que surgem no caminho, escreve sobre o evento que irá se desdobrar, tingindo os próximos meses, e talvez toda a sua vida, de matizes inesperados.

Mas você volta e vê os primeiros prazos acenando logo à frente. Há um conto para escrever, que exige bastante pesquisa, e três artigos onde fala do que conhece, mas numa linguagem que deve ser entendida por diferentes públicos. Você lê, rascunha, adapta e reescreve, tentando se ver no lugar do outro, ler através dos olhos aos quais se destinam suas palavras. Em meio ao processo, passa um tempo entre seus pares, editores, ilustradores, escritores, principalmente escritores. Eles falam de seus fracassos e vitórias, contam seus planos e exibem publicações, e você volta convencida de que as coisas são assim mesmo.

O conto é concluído na dilatação do prazo, sem tempo para revisões. Uma amiga a elogia, outra diz francamente que é a pior coisa que você já lhe deu a ler. Isso te abate, mas você tem os artigos para terminar, um curso para preparar e divulgar enquanto faz malabarismos com sua vida familiar e o emprego de que gosta, mas que lhe rouba tantas e tão preciosas horas. E, como resta quase um mês para entregar o próximo conto da lista, é quase com alívio que você tira umas férias do fazer literário.

Os dias correm entre muitas leituras, muitos filmes e a revisão dos artigos. Chega a Bienal; você não se anima a fazer o longo percurso, evita ler as mensagens sempre eufóricas dos amigos nas redes sociais, vim, vi, venci. Você se sente meio pária porque não está produzindo, é um momento de suspensão daqueles que tanto odeia, embora saiba que são normais e talvez mesmo necessários. Uma preocupação é eliminada, outra persiste; novos convites surgem, há gente com quem precisa falar e assuntos que deve resolver, de forma que, no fim, restam sempre interrogações.

Você consulta o cronograma e morde o lábio ao ver tão perto a data da entrega do próximo conto. A ideia inicial surgiu há tempos, mas ainda é preciso trabalhá-la, pensar no enredo e nos personagens que cercarão o seu profeta relutante. Ignorando o apelo dos livros e filmes, o ruído das obras em casa e a sua própria insegurança, você começa a pesquisar, a rabiscar um roteiro, tentando encontrar aquela chama que dará vida à história que quer contar. Não é sem preocupação que o faz, pois o tempo não para, e a sua veia ficcional pulsou bem pouco nos últimos tempos. E mais de uma vez – você se lembra – ela secou durante anos.

Você contempla as anotações que fez para tornar o conto plausível. Por mais que tente, não consegue deixar de pensar que faltam apenas dez dias e você não sabe o que escrever; que ao fim desse tempo talvez você precise admitir que dali não sairá nada, que chegou ao seu ponto alto e não adianta prosseguir, pois o que escrever a partir de agora nunca será tão bom. É o que você diz a si mesma quando fecha seu caderno. E ao se deitar refugia-se em pensamentos que passam longe desse quadrante da sua vida.

Então, de manhã, seus personagens estão à espera. São deles os rostos que você vê tão logo abre os olhos. Sob o chuveiro, ainda acabando de acordar, escuta nitidamente suas vozes, frases inteiras que dirão no conto e que, à medida em que as puser no papel, irão revelando suas motivações. Você toma seu café da manhã com o caderno aberto, anotando, registrando, aceitando com gratidão esse presente, o pão e o sal da sua história. Que ainda não escreveu, que ainda demandará muito esforço para ser completada, mas que, agora, já brilha dentro de você como uma chama viva.

E é nesse instante – justamente nesse instante – que tudo volta a valer a pena.

segunda-feira, agosto 29, 2011

Atualização: Oficina de Fantasia e FC na Estação das Letras

Amigos, sinto muito informar que o curso foi cancelado. Houve falta de quorum, que atingiu não apenas a minha, mas também outras oficinas programadas para a Estação das Letras. Uma pena! Mas vamos repensar e reformular a proposta para apresentá-la com mais sucesso de uma próxima vez.

E, como já não terei interlocutores de carne e osso... preparem-se, vocês que me leem aqui! :)



Pessoas Queridas,

Mais uma vez, a Estação das Letras, idealizada e capitaneada pela escritora Suzana Vargas, me convidou para uma participação especial. E esta vai ser em grande estilo: uma oficina de introdução à escrita criativa, voltada para a Literatura Fantástica. Sem fórmulas prontas, vamos trocar ideias sobre o gênero, partilhar leituras e, juntos, nos aventurar pelo território da escrita.

Seria ótimo ter vocês comigo, mas sei que a maioria não poderá participar. De qualquer forma, agradeço seu apoio na forma de ajuda à divulgação, sugestões de textos.. e muita torcida para que tudo dê certo.

Abraços a todos!

terça-feira, agosto 23, 2011

Na Travessia (3)



Quando ela chega à estação, eles já estão lá.

O estranhamento é imediato, não por jamais ter conhecido outros de sua espécie, mas porque não esperava que viessem nesta época do ano. Desde a infância, ela se acostumou a vê-los no verão, suando em grossas gotas multicores que mancham os assentos na travessia. Agora é inverno, e as cores parecem muito vivas em seus corpos e pêlos empastados.

O que vai à frente é todo cinza, a pele com uma textura como se houvesse rolado sobre cimento fresco. Pouco atrás, uma fêmea alaranjada acompanha um macho cujo torso é rajado de preto e branco, à maneira das zebras. Eles se acomodam num canto, as cabeças unidas, trocando sussurros rápidos que ela não pode, nem procura ouvir. As pessoas passam sem se deter, às vezes lhes lançando um olhar rápido, mas sempre evitando cuidadosamente o contato visual. Cuidado desnecessário: pelo menos por agora, eles se esqueceram do que têm à sua volta, se descuidaram da missão, imersos uns nos outros e em seu próprio universo.

Então, quando a embarcação está prestes a partir, um deles entra apressado pela porta traseira. É um macho de pêlo preto e longo, a pele azul sobre a qual foram pintados símbolos em branco. Ao contrário dos demais, está sozinho e caça por sua conta, o que o torna um predador mais atento e potencialmente perigoso. De pé, diante das pessoas encolhidas em seus assentos, ele procura aquela que lhe parece mais vulnerável – e como acontecera tantas vezes, é a ela que escolhe para ser sua primeira presa.

- Oi, tia. Dá uma força? Qualquer moedinha – pede. Ela sorri, sem se importar com o tratamento: já vinte anos se passaram desde que esteve onde ele está agora. E, claro, vai ajudar. Pescada no bolso do jeans, a moeda é a primeira no copo de plástico, ao que o rapaz agradece com um “valeu” e um sorriso no rosto lambuzado de azul.

- Tá parecendo o Avatar – ela adivinha a referência.

- É, tem a ver – ri ele, afagando o peito onde se leem as letras U – F – F.

E, simpatizando com a "tia" anônima, confidencia com orgulho:

- Passei pra Cinema.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Aí vem o Martelo das Bruxas!


Pessoas Queridas,

Depois de uma longa ausência, venho anunciar um lançamento há muito esperado: o do terceiro volume da série Sagas, da Argonautas Editora.

Depois dos épicos e do faroeste, é a vez das bruxas pintarem e bordarem nesse livro. O tema é o mesmo para os cinco contos, mas as abordagens são variadas, como dizem os editores na sinopse:

Um Visitador do Santo Ofício confronta bruxa no Brasil colonial. O drama de um mundo mágico abalado pelo preconceito. As aventuras de uma menina em um conto de fadas nada convencional. Uma prisão onde o demônio não é o único inimigo. O terror de um homem envolvido por uma maldição em seu próprio lar.

Inspirada pelo infame texto de dois monges dominicanos, Martelo das Bruxas apresenta histórias cunhadas por cinco proeminentes autores da Literatura Fantástica brasileira.


- Christopher Kastensmidt foi finalista do Prêmio Nebula, em 2011, e ganhou o prêmio "Realms of Fantasy Readers Choice Award". Seus textos já foram publicados em oito países. Nasceu em Houston, mas mora em Porto Alegre.

- Ana Cristina Rodrigues é historiadora, escritora, editora e tradutora. Foi a única mulher a presidir o Clube de Leitores de Ficção Científica no Brasil e já publicou em diversas antologias brasileiras e do exterior.

- Douglas MCT é autor dos romances Necrópolis – A fronteira das almas e O coletor de almas. Teve contos publicados nas coletâneas Anno Domini (2008), Território V (2009) e Imaginários 3 (2010).

- Ana Lúcia Merege é bibliotecária, Mestre em Ciência da Informação, pesquisadora de Literatura, Mitologia e Folclore. Publicou os romances O Castelo das Águias (2011), O Caçador (2009) e O Jogo do Equilíbrio (2005), além do ensaio Os Contos de Fadas (2010).

- Duda Falcão é escritor e um dos editores da Argonautas.

Legal, né? E fica mais ainda quando se sabe que o livro, com prefácio da Simone Marques, vai ser lançado dia 13 de agosto, sábado, a partir das 16:30, no Fantasticon. Todos os autores estarão presentes, e eu terei o maior prazer em autografar esse e os outros livros que escrevi ou de que participo, além de presentear a todos com um marcador do Castelo das Águias.

Portanto, pessoal... se estiverem em Sampa ou puderem dar um pulinho lá, já sabem. Não deixem de nos prestigiar e à Literatura Fantástica Nacional. Todos ao Fantasticon!

Até lá,

Ana


quinta-feira, julho 07, 2011

Aqui Vamos Nós de Novo


Pessoas Queridas,

Está chegando a hora do meu "sumiço oficial".

Quem acompanha este blog há algum tempo sabe que pelo menos uma vez por ano eu faço uma viagem do tipo "sem rádio e sem notícias", ou seja, fico fora da rede e muitas vezes alheia ao que está acontecendo por aí. É o que devo fazer agora, salvo uma ou outra checada eventual nos e-mails. O blog do Castelo das Águias talvez tenha atualização nesse meio-tempo, dependendo do que eu conseguir digitar, mas a Estante Mágica estará fechada para balanço até, pelo menos, a última semana de julho. Assim, despeço-me de vocês, deixando alguns avisos e convites.

Em primeiro lugar, sobre mim. Vocês devem ter percebido que este foi um semestre atarefado. Lancei O Castelo das Águias, o que foi uma grande conquista, e escrevi contos e artigos. Alguns foram publicados em papel ou em sites (confiram na página Publicações deste blog); outros farão parte de antologias a ser lançadas no segundo semestre, como Sagas 2 - O Martelo das Bruxas, da Editora Argonauta, e Eu Acredito - Fadas e Duendes, da Literata.

Nesse processo, treinei muito, aprendi muito sobre a escrita e o ato de escrever; tive críticas a meu trabalho, nem todas inteiramente positivas, mas todas, felizmente, relevantes e bem-intencionadas; conheci pessoas maravilhosas, como Allana Dilene e Marcelo Paschoalin; fui convidada para mais projetos e para alguns eventos que, tenho certeza, servirão para divulgar meu trabalho e a Literatura Fantástica de modo geral. Com novas editoras apostando e investindo, este é um excelente momento para nós, escritores do gênero. Temos de aproveitá-lo para expandir nosso alcance e conquistar o público além do fandom.

E, por falar em editoras, duas delas (na verdade três) estão oferecendo ótimas oportunidades para quem curte escrever. Aqui vão elas:

A novíssima Editora Ornitorrinco, em parceria com a Literata, está abrindo inscrições para a antologia 2013: ano 1. Nela, os escritores devem imaginar um cenário posterior à destruição do mundo em 2012, segundo a profecia maia. Alícia Azevedo e Daniel Borba são os organizadores. Os selecionados dividirão o espaço com convidados muito ilustres. Querem saber quais, ver a capa e mais informações? É só clicar aqui.

Já a Editora Draco anunciou para o ano que vem o terceiro livro da série Amores Proibidos, que já teve como tema os vampiros e os anjos. Nos dois primeiros, o time de escritoras era composto por autoras convidadas, mas desta vez os organizadores Eric Novello e Janaína Chervezan resolveram inovar: só uma convidada, esta que vos fala, e oito vagas para autoras selecionadas. Sim, autorAs: só mulheres podem participar dessa seleção, e todas devem escrever com vistas ao público jovem e adulto. Os contos devem envolver um romance entre uma mortal e um ser ligado de alguma forma à Mitologia, embora não a todas as Mitologias. Quais serão aceitas? Vejam aqui - e aproveitem para ler os incríveis artigos, ver os lançamentos e saber outras novidades da Editora do Dragão!! :)

Então, Pessoas, vou nessa. Ainda estarei dois ou três dias por aqui, mas naquela correria que sempre antecede as viagens. Quando voltar, espero estar com o fôlego renovado - e, é claro, trazer na bagagem muita inspiração para novas histórias.

Abraços pra vocês,

Até breve!

terça-feira, junho 28, 2011

Por que Sumi e Tantas Outras Coisas


Pois é, eu sempre digo: Nevermore!
Mas então vêm novos convites,
Novas propostas, novos desafios.
Perto ou longe, eles são coisas tão brilhantes
Quanto ouro da montanha.
Corvo nenhum resiste.

segunda-feira, junho 13, 2011

História de Santo Antônio


Pessoas Queridas,

Hoje é dia de Santo Antônio - o santo casamenteiro, franciscano e português, para quem tanta gente faz promessas. As simpatias são inúmeras, e eu mesma cheguei a fazer algumas, na adolescência, mais por curiosidade do que por devoção: girar a casca de uma laranja sobre a cabeça enquanto ia dizendo as letras do alfabeto (arrebentou no G, mas casei com um João), quebrar um ovo na bacia à meia-noite, cravar a lâmina de uma faca no cabo de um bambu para que a seiva formasse uma letra. Essa não funcionou, talvez porque o bambu não tivesse seiva, mas aquela parte de mim que tem um respeito ancestral pelo folclore e crenças populares ficou... bem, só um “tiquinho” preocupada com a possibilidade de ficar para titia. O que, possivelmente, minhas sobrinhas teriam adorado.

Tempos atrás – se é que isso ainda não acontece, principalmente no interior – as pessoas tinham por hábito “chantagear” o santo, virando sua imagem ou estatueta de cabeça para baixo ou até mesmo pendurando-a sobre um poço a fim de conquistar o marido desejado. Muitas conversavam com ele, como a impagável “Carula”, vivida por Fernanda Torres no filme de André Klotzel, A Marvada Carne, de 1985. Zangada com Santo Antônio, que até agora não realizou seu sonho de arranjar um marido, ela atira a imagem pela janela, e esta vai cair na cabeça de “Nhô Quim” (Adilson Barros), cujo desejo é ainda mais singelo: comer carne de vaca.

O filme é um barato, misturando as peripécias do casal de caipiras com personagens do folclore brasileiro, e eu recomendo a todos que tentem assistir (ou vejam de novo, nem que seja pelas cenas de Dionísio Azevedo guardando o queijo na gaveta). Mas não é para falar sobre ele que estou aqui, e sim para contar uma história mais ou menos parecida, envolvendo Santo Antônio e uma moça chamada Luiza, que nessa época, idos dos anos 1950, era chamada pela família de Luizita.

Nascida no interior, mas criada no Rio de Janeiro, Luizita estava com 21 anos – o que para sua mãe, casada aos 17, já era mais que hora de arranjar um pretendente. Um dia, o irmão de Luiza apareceu em casa com uma novidade: uma imagem de Santo Antônio que tinha encontrado na rua, e que, por brincadeira, ofereceu à irmã. Luizita pôs a imagem em cima da cômoda e teria se esquecido dela se, no dia seguinte, não reparasse que estava de cabeça para baixo.

Pergunta daqui, pergunta dali, no fim a mãe admitiu ter virado o Santo Antônio para que lhe conseguisse um namorado. Luiza disse que não estava pensando naquilo e sim nos estudos – fazia faculdade de Letras – e devolveu o santo à posição normal. D. Abigail, porém, era tinhosa: voltou a virá-lo. Luizita desvirou, a mãe tornou a virar. Uma semana de vira e desvira e por fim Luiza resolveu acabar de vez com aquela história: do mesmo jeito que Carula, embora por outros motivos, jogou a imagem pela janela.

E aí? Bom, ele não caiu na cabeça de ninguém. No entanto, meses depois, Luizita foi apresentada a um rapaz da faculdade, que antes disso tinha estudado no seminário, pouco faltando para ser padre embora não franciscano. Ainda era muito católico e devoto. Crescera no Brasil, mas era português, nascido em Ferragudo, no Algarve.

E, para completar, se chamava... Antônio. Antônio Policarpo Correia, seu futuro marido. E meu pai, de quem, passadas várias luas, ainda sinto tanta saudade.

Bons festejos a todos,

Até a próxima!

quinta-feira, junho 09, 2011

Anima (música para inspirar)



ANIMA

Lapidar minha procura toda trama
Lapidar o que o coração com toda inspiração
Achou de nomear gritando... Alma!

Recriar cada momento belo já vivido e ir mais,
Atravessar fronteiras do amanhecer,
E ao entardecer olhar com calma e então...

Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber
Casa cheia de coragem, vida,
Tira a mancha que há no meu Ser.
Te quero ver, te quero ser... Alma.

Viajar nessa procura toda de me lapidar
Nesse momento agora de me recriar, de me gratificar,
Te busco, alma, eu sei:
Casa aberta onde mora o mestre, o mago da luz,
Onde se encontra o templo que inventa a cor,
Animará o Amor onde se esquece a paz.

Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber
Casa cheia de coragem, vida,
Todo o afeto que há no meu Ser.
Te quero ver, te quero ser...

Alma.


(Zé Renato/Milton Nascimento)

quinta-feira, junho 02, 2011

Eu Acredito: os selecionados


Pessoas Queridas,

O organizador da antologia Eu Acredito: Fadas e Duendes, Marcelo Paschoalin, divulgou ontem à noite a lista de contos aprovados. Foi uma difícil escolha entre mais de 30 textos, a maioria de boa qualidade literária e todos, sem dúvida, escritos com o coração. Aos participantes, obrigada!

Estes são os contos que se juntarão aos do organizador e aos das duas convidadas, Georgette Silen e eu:

- O duende amigo, de Fernando F. Fasoli
- Tricksters, de Tatiana Ruiz
- Crenças que fazem a diferença, de Milena Cherubim
- O ladrão da chuva, de Felipe Leonard
- O eco dos sinos, de Kamile Girão
- A morte secreta dos sonhos roubados, de Valentina Silva Ferreira
- Melodia dos aflitos, de Carol Chiovatto
- Suspiros, de Willian Rabelo
- Jornada ao arco-íris, de Mariana Albuquerque
- O sabor da queda, de Thiago de Paula Cruz
- Os últimos, de Daniel Cavalcante
- Um lugar seguro contra Eles, de Celly Monteiro e Yane Faria

Os textos estão sendo encaminhados à revisão, e eu começarei em breve a lê-los para escrever um prefácio. Portanto... leitores de LitFan, amigos do Povo Pequeno, aguardem notícias para breve! :)

Abraços a todos!

domingo, maio 22, 2011

O Cristal Encantado


Pessoas Queridas,

A Estante Mágica não é composta apenas de livros, mas também de impressões e memórias. Hoje quero falar sobre um dos filmes que mais marcaram a minha adolescência: O Cristal Encantado (no original, "The Dark Crystal"), dirigido por dois mestres de bonecos, Jim Henson e Frank Oz. O conceito inicial dos personagens foi de Brian Froud, conhecido por livros como Faeries (que eu tinha, emprestei e não me devolveram!) e que, mais tarde, ajudaria Henson e Oz em outro filme emblemático, Labirinto, estrelado por David Bowie.

O Cristal é de 1982 e eu assisti no cinema. Não sei se o lançamento aqui foi no mesmo ano, mas deve ter sido pelo menos próximo, portanto eu tinha alguma coisa como 13 ou 14. Na época escrevia (ou tentava escrever) romances históricos passados no Brasil, ainda não tinha lido O Senhor dos Aneis nem nada que se possa considerar fantasia épica, pelo menos que me lembre. Fui ao cinema com minha irmã, sem esperar muito do filme de animação - e o resultado é que voltei de lá com a cabeça cheia de imagens e sonhos.

O filme - quase todos devem ter visto - se passa, segundo o prólogo, num outro planeta, iluminado por três sóis. O lugar é habitado por duas raças chamadas Mystics e Skeksis, e a tradução brasileira enfatizou a dicotomia entre elas batizando-as de Místicos e Céticos. Os primeiros eram uma raça tranquila, que praticava a magia natural (tinham um xamã, um alquimista, um curandeiro, todo mundo vivendo na paz) e sua representação física era condizente: enormes e velhas tartarugas que entoavam o mantra Om. Já os Céticos eram uma detestável e assustadora sociedade de corte representada por abutres. O planeta contava ainda com uma raça de duendes camponeses, daquele tipo brincalhão e divertido, os Podlings, e com uma de - digamos - elfos, ou duendes aparentemente mais sofisticados, os Gelflings, dos quais restavam apenas um rapaz e uma moça. Isso por causa da perseguição dos Skeksis, já que uma profecia afirmava que os Gelflings iriam restaurar o Cristal há muito tempo quebrado e acabar com seu reino de terror.

Quando o filme começa, a profecia está prestes a se realizar, anunciada pelos três sóis que em breve entrarão em conjunção. O líder dos Místicos morre logo após ter revelado a Jen, o jovem Gelfling que é seu pupilo, que é seu destino "curar" o Cristal. Jen parte em busca do estilhaço que falta, daí se iniciando uma aventura que inclui seu encontro com a outra Gelfling, Kira (um dos momentos mais legais é quando ela revela o porquê de ter asas, ao contrário dele), um ataque à vila dos Podlings, uma visita às ruínas de uma cidade dos Gelflings e várias outras peripécias. O casal é também aliciado - e traído - por um Skeksi caído em desgraça, e cujas interjeições "hmmm! hmmm!" mexeram com meus nervos adolescentes.

E, no meio disso, acontece uma coisa interessante: toda vez que um Místico morria ou mesmo se feria, isso também acontecia com um dos Skeksis. Cada qual tinha no outro grupo seu correspondente. Espectadores de hoje, acostumados a esse tipo de filme e de aventura, teriam sacado o porquê de cara, mas eu só percebi no final, quando Jen consegue restaurar o Cristal e os Místicos se umem aos Skeksis, cada dupla se tornando um ser único e integral. Assim, eles conseguem transcender a outro plano de existência, deixando aos Gelflings (e aos Podlings sobreviventes) o conselho de viver sua vida sob a luz do Cristal.

É uma ideia simples? É. Funciona? Totalmente. Cinco anos após o lançamento do primeiro filme da série Star Wars a ideia de Yin e Yang - Bem e Mal como o lado "negro" e "luminoso" da mesma Força - era reforçada de forma ainda mais explícita, contribuindo para que a noção de Equilíbrio substituísse o maniqueísmo puro e simples. Com a partida dos Místicos e dos Skeksis, o planeta fica entregue a raças mais jovens, mais "terrenas", que vão errar, ter sentimentos negativos e atitudes pouco nobres, mas, em contrapartida, saberão compensar tudo isso. E no fim a Luz prevalece, e o Bem vence o Mal, como dizia uma cantiga num conhecido desenho animado da mesma época.

É dificil avaliar até que ponto meu trabalho posterior foi influenciado por esse ou qualquer outro filme. Sou escritora, e para além disso uma pessoa que é mais de palavras do que de imagens, por isso é mais fácil identificar as obras literárias que me marcaram. Mas a ideia da necessidade de equilíbrio entre as forças, da alternância de luz e sombra - e da aceitação da existência de ambas em todas as pessoas - essa eu creio que dá para perceber na maior parte dos meus textos. Sem falar nas imagens do filme, às quais eu volto de vez em quando para me emocionar e me inspirar para futuros trabalhos.

Enfim, O Cristal Encantado é um filme que recomendo a Místicos e Skeksis. Sabendo com certeza que, embora algumas pessoas se esforcem por provar o contrário, nenhum de nós é apenas um dos dois.

Abraços a todos,

Até a próxima!

quinta-feira, maio 19, 2011

Os Herdeiros dos Titãs



Pessoas Queridas,

A pedido do autor Eric Musashi, venho divulgar o romance épico Os Herdeiros dos Titãs, que acaba de ser lançado pela Giostri Editora. Primeiro volume de uma trilogia, o romance, segundo a sinopse, narra as lutas e revoluções travadas no período de decadência de uma civilização de 4.000 anos, agora sujeita aos caprichos de uma rainha e seus sacerdotes.

Para conhecer um pouco mais sobre o livro, o universo e os personagens, assistir ao booktrailer e até mesmo ler o primeiro capítulo (aproveitem, que nem todos os autores dão essa colher de chá!)basta acessar o blog oficial. Ou você pode ir direto para o teaser clicando aqui.

Boa leitura!

segunda-feira, maio 16, 2011

Tempo de Plantar e Tempo de Colher


Pessoas Queridas,

Por motivo de absoluta falta de tempo, a Estante Mágica precisou ficar parada por alguns dias. Vocês entendem, eu tinha compromissos pendentes, coisas que precisava fazer acontecer e outras às quais tinha que dar andamento.

Ainda estou no meio do processo, plantando um pouco aqui e semeando um tanto mais adiante. Esta semana, porém, pretendo me organizar um pouco, pôr em dia leituras e correspondência - principalmente com meus parceiros e o pessoal que escreveu a respeito - e, se conseguir, bolar um cronograma de escrita e postagem que contemple inclusive o mês de julho, quando devo viajar por duas semanas.

Já tenho umas ideias pra usar aqui, incluindo a retomada de uma série antiga, as Memórias de Leitura, sobre obras lidas até os 20 anos de idade e que foram marcantes. No entanto, ficaria muito feliz se vocês pudessem sugerir mais temas, de acordo com o que já se encontra no arquivo desta estante. Ou simplesmente dissessem, nos comentários, o que curtem mais por aqui: dicas literárias, textos sobre Mitologia e temas afins, crônicas, memórias...

Então? Vocês me ajudam a semear, pra que depois possamos colher juntos?

Aguardo - e aguardem-me!

Abraços a todos!

sexta-feira, abril 29, 2011

E As Águias Estão Voando!!


Pessoas Queridas,

Um ciclo finalmente se completou com o lançamento de O Castelo das Águias - um livro idealizado há muitos anos, que passou por um longo processo de concepção, escrita e reescrita pra chegar até vocês. Acho que podem imaginar como estou feliz!! :)

Não vou me estender contando aqui o que já foi postado no blog do Castelo(e que inclui até um vídeo levemente "miquento" feito pra comprovar a ausência de marmelada no sorteio da camiseta exclusiva). Quem quiser conferir os detalhes é só clicar no banner do blog, logo aí do lado. Assim, podem aproveitar pra dar uma passada d´olhos nos posts sobre o universo e os personagens, além de ler o conto Temporada das Flores... que tal?

Agora, pra quem não quer saber de blog nenhum e sim de ler o livro, uma boa notícia: já surgiu a primeira oportunidade de ganhar um exemplar autografado de O Castelo das Águias. E, melhor ainda, outros nove livros sensacionais de autores brasileiros - tudo ao mesmo tempo agora!! É só participar da promoção idealizada por Ademir Pascale, cujas regras você pode conferir aqui.

Boa sorte - e até breve!!

domingo, abril 17, 2011

Lançamento de "O Castelo das Águias" no Rio de Janeiro


Pessoas Queridas,

Quem escreve sabe: poucas coisas nos fazem sentir mais recompensados do que ver nossos livros publicados e lidos por nossos amigos. Os que já temos e os que passam a sê-lo através da identificação com nosso trabalho.

Seis anos depois de ter começado a escrever a primeira versão de O Castelo das Águias, é com orgulho que o partilho com vocês. E convido - os que moram no Rio e arredores, por enquanto - para o lançamento, que será na Livraria da Travessa, dia 26 de abril, a partir das 17 h.

Todos que comparecerem ganharão marcadores de brinde e, se quiserem, poderão deixar seu nome e um e-mail de contato para concorrer a uma camiseta exclusiva, que vamos sortear no dia seguinte.


Que tal? Bonitas, né? ;)

Então, Pessoas, já sabem. Espero vocês na Travessa, 26 de abril. Mas, se não der pra ir, não fiquem tristes. Haverá sorteio de camisetas em outras oportunidades. E o livro, como sabem, já está à venda, em lojas físicas e online.

Abraços - e muita expectativa!

Ana

segunda-feira, abril 11, 2011

Bibliotecas, Passado, Presente e Futuro


Oi, Pessoas! Tudo bem?

Partilho com vocês o texto de Andreia Hisi na revista virtual de jornalismo científico ComCiência. Este mês eles trazem um dossier sobre bibliotecas, e colaborei respondendo a uma entrevista. O resultado vocês veem aqui.

Como imagem de abertura, o alfabeto dos meus antepassados, sobre os quais estou escrevendo um texto para a Ciência Hoje das Crianças. Aguardem!

Abraços a todos,

Até a próxima!

segunda-feira, abril 04, 2011

Monstros na Biblioteca Nacional


Pessoas Queridas,

Peço que me desculpem o sumiço dos últimos tempos. O lançamento do Castelo das Águias se aproxima e há outros compromissos pendentes, por isso tanto este blog quanto o do próprio Castelo acabam ficando meio de lado. Tenho certeza de que vocês compreendem.

Neste meio-tempo, quero convidá-los a visitar a Biblioteca Nacional e conhecer os monstrinhos. Não, não estou falando daqueles que escrevem furiosamente e mantêm blogs malucos, mas sim de outros bem mais respeitáveis: os monstros pertencentes ao imaginário dos séculos XVI a XIX, retratados em livros da época que, até o dia 20 de abril, se encontram em exposição na Divisão de Obras Raras, sob a curadoria de sua chefe, Ana Virgínia Pinheiro.

Para maiores informações, visitem o site da Biblioteca Nacional. E não esqueçam: se alguém aparecer por aqui, tem uma monstrinha na sala ao lado (Divisão de Manuscritos) que está sempre pronta pra bater um papo e tomar um café com os amigos.

Até lá,

Grande abraço!

segunda-feira, março 21, 2011

Julie e Julia


Pessoas Queridas,

Inteiramente fora de cronograma, venho deixar meus comentários sobre um filme que muitos de vocês já devem ter visto, e que recomendo a todos os que me leem: Julie and Julia, de Nora Ephron, estrelado por Amy Adams e Meryl Streep com uma voz inacreditável.

Não, o filme não tem nada a ver com o gênero fantástico. E, sim, é aquele que fala sobre uma mulher que prepara as mais de 500 receitas do livro de uma outra, escrito várias décadas antes. Só que a história não é sobre comida – ou melhor, ,é sobre comida, mas antes de tudo sobre os grilos, os altos e baixos, as derrotas, vitórias e principalmente expectativas de todo escritor. Principalmente os aspirantes, como a Julie do filme, que acabava de desistir de escrever um romance, trabalhava num lugar detestável (alguns de nós têm mais sorte) e reencontrou o equilíbrio através do auto-imposto desafio de preparar as receitas da outra ao longo de um ano. Por meio de seu blog, ela partilha a experiência com dezenas, depois centenas ou milhares de pessoas, e o apoio que recebe a ajuda a restaurar a fé em si mesma.

Enquanto isso acontece, o espectador acompanha também a jornada da escritora do livro. Julia Child era uma americana de meia-idade, descrita como “adorável” pelo marido devotado (pessoalmente eu não gostaria de tê-la como sogra) , que preenche seus dias em Paris aprendendo culinária francesa. O acaso a faz conhecer duas outras senhoras que estão escrevendo um livro, e as três se associam na dura tarefa de concluir o trabalho, enfrentar a rejeição das editoras e, ainda, lidar com os problemas que o marido, membro do serviço diplomático, enfrenta por conta do macartismo.

Do lado de cá, o marido de Julie é o primeiro que a incentiva a escrever o blog, mas, ao longo do percurso, se ressente da obsessão da esposa por cumprir sua “missão”. Daí as acusações de egocentrismo (que escritor nunca as ouviu?), as reivindicações (justas e injustas) e as brigas inevitáveis que ou separam um casal de vez ou fazem com que os dois se unam ainda mais (não, eu não vou contar o final do filme).

O mais legal de Julie e Julia, porém, é ver como ambas, cada qual à sua maneira e de acordo com a época, enfrentam os obstáculos inerentes à carreira de todos os escritores. A gente os reconhece em várias cenas: Julie deprimida porque a editora cancelou um jantar; Julia decepcionada com a escritora idosa que não tinha nada valioso a dizer; mais tarde, pulando de alegria e abraçando o marido ao receber uma carta positiva, do mesmo jeito que Julie saiu dançando pela casa ao ouvir a longa série de mensagens após a publicação do artigo no NY Times. Todas, menos a última. E foi a última, a única de fato ligada a Julia, que proporcionou o maior de seus desafios.

Epa! Quase que eu conto como termina. Antes que isso aconteça, vou parando por aqui. Reservo apenas duas linhas para dizer que as semelhanças entre mim e as duas protagonistas – a Julia gregária e de bem com a vida, a ansiosa e sensível Julie – não param no fato de todas sermos escritoras. Elas se complementam no fato de termos bons amigos, que nem sempre estão fisicamente por perto, mas com quem podemos contar; e no fato de que, seja lá o que enfrentarmos no caminho, temos a sorte de encontrar amor e um porto seguro em nossos companheiros.

Esperando que curtam a dica,

Abraços e até a próxima!

quinta-feira, março 17, 2011

Leprecauns


Pessoas Queridas,

Hoje é dia de São Patrício, evangelizador da Irlanda no século V e responsável pelo fato de muitos irlandeses se chamarem Patrick, ou Padraig, ou Padraic (e serem apelidados de Paddy). O dia é celebrado não apenas na Irlanda, mas também na maior parte dos lugares que receberam imigrantes daquele país: Estados Unidos, Canadá, Argentina, Austrália, entre outros. Recentemente, ligas irlandesas começaram a promover comemorações em lugares como o Japão e a Coréia.

No Brasil, até onde sei, ainda não há nada oficial, mas tudo é ocasião pra celebrar (o que é uma coisa ótima). Vários bares promovem festas, hoje até me convidaram para uma. Infelizmente não poderei ir, o que é uma pena: não sou muito chegada a Guinness, mas adoro música irlandesa. Mesmo assim, resolvi que não deixaria passar em branco – e por isso estou aqui, vestindo uma camiseta com um shamrock (o trevo de quatro folhas, que Patrício usava pra explicar a Santa Trindade) e pesquisando um dos meus temas favoritos, que é o Povo Pequeno. E dentro dele, mais especificamente, os Leprecauns.

A primeira pessoa que me falou sobre eles foi meu avô, Jorge Merege, que me contou a maior parte das histórias que ouvi na infância. Não lembro se ele tinha algum livro a respeito ou se vi a figura em outro lugar, talvez tenha sido a partir de algum desenho na TV, mas lembro que era nítida em minha mente a imagem do homenzinho barbudo, com um enorme chapéu verde, bancando o guardião do pote de ouro. Segundo meu avô, podia-se capturar o Leprecaun e obrigá-lo a entregar o pote, mas antes disso ele tentaria se livrar oferecendo-se para realizar desejos ou levar a tesouros ainda maiores. E, claro, sumiria num passe de mágica, rindo e zombando, se a pessoa cedesse.

Essas foram as informações que retive durante anos. Mais recentemente, pesquisando mitos celtas, encontrei fontes que ligam os Leprecauns (e outros tipos de seres pertencentes ao Povo Pequeno) ao clã divino conhecido como os Tuatha De Danann, os quais, vencidos por uma raça invasora, foram obrigados a viver em um mundo subterrâneo. Outras tradições os aproximam dos duendes que aparecem nos contos de fadas, como “Os Elfos e o Sapateiro”, dos Irmãos Grimm: além de guardar o pote de ouro, os Leprecauns empregariam seu tempo fazendo sapatos, e você só consegue encontrá-los se seguir o barulhinho do martelo deles batendo sola. Mais fácil que tentar achar o final do arco-íris... ;)

Nas histórias populares os Leprecauns são espertos, mas também meio ranzinzas e mal-humorados (qualquer relação com os anões que passaram ao imaginário da Alta Fantasia é mera coincidência). Tenho a impressão de que as imagens deles sorrindo, com ar bonachão, não correspondem às fontes mais tradicionais. Curiosamente, o aspecto físico, a cor e o estilo das roupas dos Leprecauns variam de acordo com o local da Irlanda onde são – digamos – encontrados: as roupas sempre são ou verdes ou vermelhas, mas podem ter corte militar, incluindo calças brancas e uma espada, ou parecer mais com as roupas de um cavalheiro. Em Kerry, a jaqueta tem até um número certo de botões: sete fileiras de sete.

A essa altura, vocês podem estar começando a se perguntar o que os Leprecauns têm a ver com São Patrício. Afinal, eles pertencem a uma tradição que perdeu força com a cristianização. No entanto, os irlandeses estão entre os povos que mais se orgulham e se esforçam por manter vivas suas raízes culturais, e conseguiram fazê-lo mesmo em tempos adversos, quando até o idioma gaélico foi proibido pelos dominadores ingleses. Hoje, a tradição é constantemente renovada por meio da arte, onde se harmonizam traços celtas e cristãos, criando obras tão belas quanto o Livro de Kells.

E tão simpáticas quanto um Leprecaun com um trevo na lapela. ;)

Grande abraço,

Até a próxima!

sexta-feira, março 04, 2011

Flores Y Librerias


Há 14 anos estive em Buenos Aires, por coincidência durante o Carnaval. É claro que conheci várias de suas livrarias, mas - não sei por que razão - não guardei seus nomes, nem gravei na memória as cenas referentes a essas visitas. Só os livros que comprei ficaram como recordação.

Talvez isso quisesse dizer que eu devia voltar um dia. E não é bom contrariar os augúrios. Por isso, depois de uma passada em Curitiba - outra cidade de ruas floridas - os Merege de Assis vão voar pra lá.

Abraços a todos,

Até a volta!

Ana

domingo, fevereiro 27, 2011

Adeus a Moacyr Scliar


Abrindo o Twitter esta manhã, dei de cara com a notícia da morte de Moacyr Scliar. Isso me entristeceu duplamente, primeiro porque perdemos um ser humano fantástico - quem conhece sua trajetória como escritor e médico sabe disso - segundo porque Moacyr é um dos maiores autores brasileiros dos últimos tempos.

Meu contato com sua obra se deu na adolescência, através do livro de contos A Balada do Falso Messias, que recomendo a qualquer um sem restrições. Depois, aos poucos, fui me apropriando do restante da obra - ou pelo menos parte dela, já que Moacyr era um escritor prolífero. De tudo quanto li, destaco o conto (ou será noveleta?) Os Contistas, onde todos nós, escritores, podemos nos ver retratados pelo menos em algum detalhe, e o magnífico romance O Centauro no Jardim, citado em vários estudos sobre ficção fantástica.

Não vou me estender em análises sobre Moacyr e seu trabalho. Outros o farão melhor que eu. No entanto, não quis deixar o momento em branco, sem ao menos uma nota como homenagem - uma das muitas que virão ao longo do dia e dos próximos dias, por parte de leitores como eu.

Muito obrigada por tudo, Moacyr.

Boa jornada.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

A Memória Vegetal


Por estes dias chegou-me às mãos esta (mais ou menos) nova obra de Umberto Eco, que tantas vezes escreveu sobre questões ligadas ao livro e à sua história. O mais conhecido é sem dúvida o romance O Nome da Rosa, mas os interessados no tema deveriam conhecer as obras de não-ficção, como o curto e objetivo A Biblioteca e o recente Não Contem com o Fim do Livro, escrito em parceria com Jean-Claude Carrière, no qual os autores defendem a permanência do livro impresso apesar do E-Book, do Kindle e de todas as tecnologias de informação surgidas e ainda por surgir.

Neste A Memória Vegetal - título surgido a partir da materialidade dos livros, inclusive em formas anteriores aos códices, quando eram feitos de papiro - Eco volta a afirmar que o livro impresso tem um lugar insubstituível em nossa civilização, discorrendo ainda sobre as bibliotecas, o colecionismo, a bibliomania e vários outros tópicos que percorre ao mesmo tempo com erudição, clareza e bom-humor. Também não faltam revelações, desmistificações e curiosidades acerca do mundo dos livros e das edições, bem como uma pitada (aliás generosa) da fina ironia de Eco. Vocês, que como eu já devem ter escutado a pergunta infame de uma visita, "Mas você já leu todos esses livros?" na certa se sentirão vingados diante das três opções, do tipo "tolerância zero", apresentadas pelo autor como resposta.

Ou pelo menos darão uma boa risada. ;)

Grande abraço, espero que curtam a dica!

Ana

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Notícias do Castelo


Oi, Pessoas, tudo bem?

Não é minha intenção repetir aqui os posts do blog do Castelo das Águias. No entanto, assim como o desenho de Anna, o de Kieran - feito igualmente pela Allana Dilene - ficou tão legal que eu não podia deixar de divulgá-lo por aqui. Obrigada, querida amiga, por mais esse presente!

Outras notícias a respeito do Castelo, a começar por sua autora (ou seja, eu):

1. Semana passada, concedi uma entrevista para o Portal Cranik a convite do editor, escritor e promotor cultural Ademir Pascale. Ali, falo um pouco sobre a minha trajetória como leitora e escritora e conto como e onde surgiram as primeiras ideias que iriam desembocar no livro. Convido vocês todos a darem uma olhada.

2. O Castelo das Águias já está em pré-venda! Ele pode ser encomendado (com entrega prevista para 31 de março) nos seguintes lugares:

Editora Draco
Loja Estronha
Moonshadows RPG
Livraria da Travessa
Livraria Cultura

3. Por fim, pra quem participa daquela incrível rede de leitores, o livro também já está no Skoob, e... hum... bom, pode ser que acabe rolando algum sorteio para quem se mostrar interessado. ;)

...

Pois é, amigos. E aqui vou eu, impávida, rumo aos 42. Hoje não parece muito, mas em outros tempos já poderia ser bisavó. E com certeza teria ainda mais histórias pra contar ao redor da fogueira.

Abraços a todos,

Até a próxima!

domingo, fevereiro 06, 2011

Anna de Bryke


Pessoas Queridas,

Para iluminar essa semana, gostaria que vocês conhecessem o blog oficial e ao mesmo tempo a protagonista de O Castelo das Águias, retratada pela minha amiga Allana Dilene, do blog Brainstorm.

Gostaria muito que vocês visitassem, comentassem e se possível ajudassem a divulgar o blog e esse livro, que vem sendo o meu maior projeto nos últimos cinco anos. E que, tenho certeza, a maioria vai curtir, ao menos um pouquinho. ;)

Abraços a todos e obrigada!

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Na Travessia (2)

Sob o sol a pino, o homem e a mulher caminham pela prancha. Ele: moreno e gigantesco, os braços peludos, a testa reluzente de suor. Ela: de pele muito branca, estatura média, com saias longas que, no entanto, deixam seus tornozelos nus. É essa parte do seu corpo que ele açoita, não com muita força, mas repetidamente, a cada passo. A mulher se apressa, tentando se esquivar aos golpes, mas a multidão se comprime ao seu redor, temendo o mar escuro que os colherá ao menor falseio.

Não há escapatória.

Com um suspiro, ela se volta para trás, para o homem alto e moreno que caminha quase colado aos seus calcanhares. Os olhos negros não estão nela e sim no céu: ele entoa em surdina um cântico a seu deus. Ela se pergunta se ele irá compreendê-la, pensa até mesmo em se calar, vendo tão próximos o barco e o fim da provação. No entanto, a próxima chibatada é forte demais para que possa se conter – e assim ela se detém a dois terços da prancha, as mãos plantadas na cintura, dizendo em alto e bom tom:

- Dá pra parar de bater nos meus tornozelos?

Confuso, o homem ainda assim percebe o que está acontecendo e ergue a mochila, recolhendo as longas tiras soltas enquanto murmura suas desculpas. Ela sorri, com um gesto de não-foi-nada, e se vira sobre os calcanhares, aproveitando uma brecha à sua frente para avançar mais rápido. Talvez ainda consiga sentar, embora as barcas encham depois das cinco. Isso seria bom. Em sua própria mochila há um caderno à espera dessa história.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

A Décima Espiral


Que a vida não nos separe,
Minha pequena fada,
Minha bailarina.

Que nos teus cabelos,
Espirais do tempo,
Brilhe sempre um Sol que me guie.

Que os caminhos se abram,
Que os barcos não naufraguem,
Que as pontes sempre resistam
Ao peso dos meus velhos passos.

E que ao fim de cada jornada
Haja tempo para um abraço
E para contar histórias.

Para Luciana, em seus 10 anos.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

A Arte do Descarte

Há alguns dias fiz uma participação especial no blog Inútil, da Adriana Alberti, que publica a série “Mostre Sua Biblioteca” (se alguém quiser ver como são as “estantes mágicas” de verdade, é só clicar aqui). Uma leitora, aliás bibliotecária como eu, comentou ser impossível nos desfazermos dos livros – uma posição bem diferente da minha, que já me desfiz de mais de 1.000 volumes. Foi a partir daí que surgiram estas reflexões.

Na faculdade, entre as matérias que ensinavam como administrar bibliotecas, tive uma que enfatizava a importância do descarte. A palavra assusta, concordo, mas, quando se trata de livros, “descartar” dificilmente significa “jogar fora”. O que acontece na prática é que, dadas as limitações de espaço e o fato de as bibliotecas estarem (quase) sempre crescendo, é recomendável fazer uma triagem periódica, separando o que é pouco utilizado, as obras obsoletas, as danificadas e os exemplares triplicados, quadruplicados e daí para cima. Isso se faz através de métodos e critérios que variam de acordo com a biblioteca, e, como devem imaginar, pode ser complicado quando se tem que passar pelo crivo de outros.

O exemplo mais típico ocorre nas bibliotecas universitárias, onde os professores sempre acham que podem precisar daquele livro “mais tarde”. Nesse caso, é comum vê-los “salvar” as obras do descarte, levando-as para suas salas de trabalho ou até para casa, onde a regra – embora haja exceções – é que continuem intocados, apenas ocupando espaço e acumulando pó.

É desse triste destino que o descarte pretende poupar os livros. Uma vez selecionados, eles são passados à frente por meio de venda, troca ou doação, que costuma ser bem-vinda em bibliotecas populares ou comunitárias. É verdade que muitas vezes não se sabe a quem doar, mas isso não é problema, desde que você não faça questão de receber algo em troca. Ligue para o sebo mais próximo ou, em cidades grandes, fale com aqueles livreiros de calçada. A maioria ficará feliz em se encarregar dos livros, e é mais provável que eles acabem encontrando novos donos do que se estivessem escondidinhos na sua casa.

Para as obras em bom estado e não-didáticas, há opções ainda mais interessantes. Elas podem ser vendidas, trocadas e até deixadas em bancos de praça, como aconteceu numa campanha há muitos anos (espero que neste momento haja alguém se deliciando com meu "Tibicuera", deixado numa praça em Niterói, e o faroeste no Parque das Águas de Caxambu). Isso faz com que os livros circulem, o que, pensando bem, é a sua principal função. Muito mais do que simplesmente decorar estantes.

Agora, com tudo isso, não estou querendo dizer que você deve detonar sua biblioteca pessoal. Pelo contrário! Ao longo das duas décadas em que venho me desfazendo de livros (até os 20 anos me limitei a acumulá-los) eu devo ter comprado pelo menos quatro volumes para cada um dos que descartei. Não tenho mais espaço, as estantes estão abarrotadas, e assim continuarão mesmo que saia outra leva, toda de leitura recente e à qual não pretendo retornar. Porque, é claro, assim como há critérios de descarte há os de permanência. Livros de que gosto muito, os difíceis de repor, os que sempre revisito, os que uso como referência para trabalhar, esses vão ficando, e creio que ficarão para sempre.

Ou até que chegue o dia da... Bom, aquele dia.

No início de janeiro, comecei a organizar a biblioteca de meu pai, que deixou cerca de 5.000 livros. Meu irmão gastou uma tarde numa separação prévia, pondo à parte os livros sobre estudos religiosos que serão doados ao seminário onde o Prof. Policarpo estudou nas décadas de 30 a 50 (sou praticamente uma filha de padre). Eu levei menos de duas horas para encher uma estante com best-sellers descartáveis, auto-ajuda e jornalismo oportunista para que os membros da família tirem o que quiserem antes de chamar o livreiro mais próximo. Com isso a casa ficará menos atravancada, mais arejada, e outras pessoas poderão aproveitar aquelas obras que, acumuladas por meu pai, não têm qualquer utilidade para nós. Temos certeza de que ela aprovaria. Afinal, a vida inteira doou livros para seus colegas e alunos, sem falar das centenas que comprou para os filhos e as netas.

Do que sobrou – Literatura, muita Linguística, um pouco de História e Ciências Sociais – irei, numa segunda e criteriosa etapa, determinar o que ainda pode (ou não) sair e o que fica em casa, por interessar a minha mãe ou por já ser um bem de família. Há livros que chegam a isso, seja por raridade, razões sentimentais ou uma combinação de ambos. E nesses casos concordo que é impossível nos desfazermos deles.

Eu poderia prosseguir nesse assunto, afirmando que a arte do descarte não serve apenas para os livros, mas também para a vida; que é preciso arejar corações e mentes, deixando ir embora o que já não serve a fim de criar espaço para o novo. Mas prefiro parar por aqui. Como já disse, os livros de auto-ajuda estão no topo da minha lista de bota-fora.

Até a próxima!

Ana

terça-feira, janeiro 25, 2011

Resultado da Promoção "A Estante Mágica de Cara Nova"

Queridas Pessoas,

Conforme combinamos, hoje era a data-limite para o sorteio. Quero agradecer a todos que participaram e, desde já, dar uma boa notícia: como tivemos apenas 10 comentários, todos os comentadores ganharão um marcador autografado de O Caçador. É só mandar seu endereço com CEP para o meu e-mail ou via DM no Twitter. Aguardo! ;)

Quanto ao livro, eu fiz o sorteio pelo Random e a vencedora foi a pessoa que fez o comentário número 5, ou seja, minha querida Vania Vidal, do blog Para Além da Borda, a quem dediquei o conto Ars Nova. A Vania não tem Twitter e será avisada por e-mail.

Esta promoção acabou, mas ainda há chance de ganhar um exemplar de Os Contos de Fadas até o dia 31. Para saber como, é só acessar o Sentilivros e ver o que a Andréia aprontou por lá.

Mais uma vez, obrigada a todos. Até a próxima!

Ana

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Eu Acredito: nova antologia sobre Fadas e Duendes!


Pessoas Queridas,

Semana passada, deixei, pra quem me segue no Twitter, uma dica a respeito de um convite feito pelo escritor Marcelo Paschoalin. Agora, estou aqui para divulgá-lo e estendê-lo a todos vocês:

Que tal entrar conosco no círculo mágico das fadas e duendes?

A iniciativa é uma parceria entre o Marcelo, que será o organizador da antologia (bem como autor da capa) e a Editora Literata. Georgette Silen figura como autora convidada e a prefaciadora é esta que vos fala. O livro trará, além dos nossos contos, mais 12 a serem escolhidos por meio de seleção, sem qualquer ônus para os autores.

Para participar, o primeiro passo é clicar aqui, onde estão todas as regras e prazos da antologia. Depois disso, o que vale é a inspiração e a vontade de contar uma boa história... envolta na antiquíssima e fascinante magia do Povo Pequeno.

Esperamos vocês!

segunda-feira, janeiro 17, 2011

A Pawnee Prayer


Oh, Eagle, come with wings
Outspread in the sunny sky.

Oh, Eagle, come and bring us
Peace, thy gentle peace.

Oh, Eagle, come and give new
Life to us who pray.

sábado, janeiro 15, 2011

Nossa Página no Facebook

Pessoas Queridas,

Atendendo a pedidos e a reiterados conselhos, e embora eu não saiba muito bem como aquilo funciona,A Estante Mágica de Ana passou a ter uma
página do Facebook, gêmea da comunidade no Orkut. Quem cometeu "Orkuticídio" pode me encontrar por lá. Quem está nas duas redes... Bom, não preciso dizer que é benvindo (a) em ambas!

Aproveito pra lembrar que a promoção A Estante Mágica de Cara Nova vai até o dia 25. Ainda há chance de ganhar um livro e marcadores de O Caçador, bastando ler um dos meus contos em papel ou online. Conto com vocês!

Abraços a todos,

Ana

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Nossa Comunidade no Orkut


Pessoas Queridas,

Para quem ainda não sabe, A Estante Mágica de Ana passou a ter uma
comunidade no Orkut, aberta a todos aqueles que queiram conversar sobre o meu trabalho, a vida de escritor, livros, leitura e o que mais rolar.

Conto com vocês!

P. S. Um marcador de O Caçador de presente a quem fizer o comentário mais interessante sobre a ilustração deste post.

P. S. 2 Interessante é uma palavra de vastíssimo significado. Aproveitem. ;)