quinta-feira, dezembro 22, 2011
Retrospecto: Melhores Leituras de 2011 (Parte 1)
Queridas Pessoas,
Até 2008, se não me falha a memória, eu reservava os últimos posts de dezembro para falar dos livros que mais tinha curtido ao longo daquele ano. Ás vezes eram 10, às vezes 20; já os dividi como “nacionais e estrangeiros”, “ficção e não-ficção” e já tive a categoria “infantojuvenil”, dependendo de quantos e quais livros havia na lista. Este ano, decidi retomar a tradição, para o que farei dois posts: um dedicado aos livros estrangeiros e outro aos brasileiros. Dentro deles haverá uma subdivisão para a literatura fantástica e outra para a realista, ou mainstream , se preferirem.
Deixo claro que a ordem de citação dentro de cada categoria não é a de preferência e sim a de leitura. Também optei por deixar de fora coletâneas de vários escritores; o único livro de contos é de autor único. E antes de alguém dizer que determinado livro imperdível ficou de fora, lembro que posso ter lido a obra há mais de um ano (como aconteceu com Neon Azul, excelente livro de contos de Eric Novello) ou, shame on me, ainda não a ter lido (como as sequências de A Guerra dos Tronos, que dizem ser melhores do que o primeiro livro).
Então, sem mais delongas, aqui vai a parte 1 da lista:
Livros Estrangeiros – Mainstream
- A Jornada de três dias, de Joseph Boyden. Foi o primeiro livro lido no ano e um dos que mais gostei, mas quem me conhece sabe que sou “suspeita”. Conta a história de dois índios canadenses recrutados para a I Guerra Mundial, um dos quais retorna ferido e é recolhido pela tia, última sobrevivente da tribo. Suas memórias de guerra se entrelaçam às da mulher sobre a cultura perdida e ultrajada de seu povo.
- A Filha da herege, de Kathleen Kent. Li quando estava pesquisando sobre a caça às bruxas, a fim de escrever meu conto para Sagas 3 – Martelo das Bruxas, da Editora Argonautas. E foi um achado. A autora reconstitui magistralmente os acontecimentos em Salem e outras aldeias da Nova Inglaterra, envolvendo o leitor na história a cada página.
- O Último ritual, de Yrsa Sigurdardottir. Um estudante alemão, fascinado por antigos rituais nórdicos de sacrifício, é encontrado mutilado na Universidade de Reykjavik, o que leva a uma investigação e a impressionantes revelações. Bem escrito e com trama muito bem montada.
- Um Domingo para sempre, de Sébastien Japrisot. Cinco soldados franceses são condenados à morte, em 1917, por terem se automutilado. A noiva de um deles não acredita que seu amado esteja morto e dedica vários anos a uma busca sem trégua, o que levará a resultados surpreendentes.
- Seis suspeitos, de Vikas Swarup. Um playboy indiano é assassinado durante uma festa. O livro acompanha os antecedentes de cada um dos suspeitos, cada qual com uma história mais incrível que a outra, e todos com motivos para cometer o crime. Achei ainda melhor do que Sua Resposta vale um milhão, do mesmo autor.
Livros Estrangeiros – Literatura Fantástica
- A Guerra dos tronos, de George R. R. Martin. Já se falou o suficiente sobre esse livro, por isso creio que não preciso apresentá-lo. Dou apenas minha opinião: a obra é super bem-construída, com trama e linguagem envolventes, e a leitura me deu muito prazer. Não podia deixá-lo fora da lista.
- Celtika, de Robert Holdstock. Este livro desconcertante (esta é a palavra) mistura os mitos gregos aos célticos, tornando Jasão e Merlin companheiros em uma jornada que atravessa várias eras. Não é uma leitura fácil. Mas vale muito, muito a pena.
- A Estrada, de Cormac McCarthy. Mais um que li para me inspirar, desta vez para a antologia 2013, que sairá no ano que vem pelas Editoras Literata e Ornitorrinco. O livro é duro, seco, rude - e ao mesmo tempo de um lirismo surpreendente quando se trata de mostrar as relações entre o pai e o filho. Recomendo, mas só para quem tem coração forte.
- A Garota dos pés de vidro, de Ali Shaw. Fiquei em dúvida se este livro era de LitFan, mas acabei me convencendo de que sim. Conta a história de um fotógrafo tímido e de uma jovem que sofre de um estranho mal: seu corpo está se transformando em vidro a partir dos pés. O forte aqui é o estilo, a linguagem, a composição das paisagens quase oníricas; muitos se decepcionaram com a trama e o final (segundo o Skoob) mas eu posso dizer que foi um dos textos mais bem-escritos que li este ano.
Blackbringer: As Fadas de Dreamdark, de Laini Taylor. Este ano não houve categoria juvenil, então incluí este na lista. A despeito da tradução e revisão descuidadas da Novo Século, devorei cada página deste livro que mostra o Reino das Fadas como algo realmente mágico, realmente pulsante. Um dia eu quero criar algo tão belo assim.
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Bom, pessoas... Estas foram as primeiras dicas. Espero que inspirem suas leituras e os encorajem a deixar aqui seus comentários e as sugestões de outras obras. Vamos ampliar o círculo!
Abraços a todos - e até breve!
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