segunda-feira, julho 05, 2004

Dr. Seuss, Luciana e o Grinch

Oi, Pessoas! Tudo bem?

Hoje, conforme prometido, vou falar pra vocês sobre a nova curtição literária da Luciana. É um ser mal-humorado e meio maldoso que mora ao norte da “Quem-Lândia”... um lugar que, por sua vez, faz parte do universo ficcional criado por um dos mais aclamados autores de literatura infantil norte-americana. Para quem não o conhece, permitam-me que apresente o


DR. SEUSS

Nascido em 1904 em Springfield, Massachussets (não sei se é a mesma dos “Simpsons”... nos Estados Unidos há mais de 30 Springfields!), Theodore Seuss Geisel trabalhou em revistas de humor e desenhou cartoons antes de tentar publicar seu primeiro livro. Rejeitado por 43 editoras, ele foi enfim aceito por um amigo de Seuss, alcançando um êxito apenas moderado. Isso ocorreu em 1937.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Seuss foi enviado a Hollywood pelo exército, onde fez documentários e criou um cartoon chamado Gerald McBoing-Boing, que lhe rendeu um Oscar. O mesmo prêmio lhe foi atribuído pelos documentários Hitler Lives e Design for Death. Com o fim da guerra, Seuss retomou seu trabalho, combinando textos curtos e imagens com mestria cada vez maior... a qual, poucos anos depois, o levaria ao sucesso e ao reconhecimento.

Em Maio de 1954, a revista Life publicou uma reportagem acerca das dificuldades e do pouco interesse das crianças pela leitura. A hipótese de que os livros seriam considerados “maçantes” inspirou o editor de Seuss a lhe pedir que escrevesse um livro com no máximo 250 palavras (média que os editores consideravam ideal para que um texto fosse absorvido por crianças de cerca de 7 anos). Nove meses depois, Seuss, utilizando apenas 220 palavras, publicaria o livro que é até hoje seu maior sucesso: The Cat in The Hat, editado no Brasil com o título de O Gatola da Cartola.

Dali para a frente, a carreira de Seuss foi de vento em popa. De 1955 até 1990, um ano antes de sua morte, ele escreveu 44 livros infantis, muitos dos quais traziam também suas ilustrações. A criatura de que falei acima, o Grinch, é o herói – ou anti-herói – do livro publicado em 1957, How the Grinch Stole Christmas, que foi transformado em desenho animado e, mais recentemente, num filme estrelado por Jim Carrey, o astro das caretas. Tanto ele quanto a garotinha que aparece no livro, Cindy Lou Who, estão junto com o “Gatola” e outras criações de Seuss num parque temático em Springfield, totalmente inspirado pela obra do autor nativo.

Inúmeras crianças americanas aprenderam a ler e a gostar de ler através da obra do Dr. Seuss, que alguns consideram o maior escritor infantil contemporâneo dos Estados Unidos. Para as brasileiras, uma boa notícia: alguns dos livros, com as ilustrações originais, já foram traduzidos e publicados aqui. Foi graças a isso que tive o privilégio de apresentar uma à outra duas figurinhas raras:


LUCIANA E O GRINCH

O livro foi comprado como muitos outros: com a intenção de ficar para mais tarde. Afinal, o texto era (achava eu) um pouquinho complexo para uma criança de 2 anos e quase 8 meses, que mal sabe o que é Natal e não tem a menor noção do que seja o “espírito natalino”. Entretanto, uma tarde de domingo em casa, com o Papai dormindo no sofá, leva a grandes tomadas de decisão, e, por isso...

- Luciana, vamos ver um livro novo?

É claro que ela disse que sim... e lá fomos nós ler a história do Grinch. E deixem-me dizer a vocês: ela acompanhou tudinho. Todas as 50 e tantas páginas. Se entendeu tudo, não sei – diria mesmo que não – mas uma coisa posso afirmar. Ela adorou!

Agora, várias leituras depois, ela sabe que o senhor de barba branca na última página não é o Papai Noel, mas o autor do livro; que o Grinch é feio e chato, mas não é mau (e no final fica bonzinho); que ela é a Cindy Lou Who (de "Lou" para "Luciana" é um pulinho só, uma bobagem!) e que, principalmente, ela pode ver o livro, mas não pode levar para a creche porque ele é da Mamãe. Isso talvez seja o mais difícil para ela entender... Mas continuo explicando, sempre! :)

E, com o sucesso do "Grinch", já estou querendo comprar o "Gatola da Cartola", do qual ela também certamente vai gostar. No caminho inverso, quero pegar no videoclube não o filme de Carrey, que é meio “heavy” para ela (e inclui tramas paralelas que nada têm a ver com o livro), mas sim o desenho animado, fiel às ilustrações de Seuss, que parece muito divertido. Ou eu posso esperar para ver se ele vai passar no fim do ano, entre as 267 versões de “Conto de Natal” que são reprisadas na época... O que vocês acham?

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