Pessoas Queridas,
Mais um ano chega ao fim, o segundo da pandemia. Uns mais, outros menos, todos fomos afetados de várias formas e tivemos que nos adaptar a uma vida cheia de restrições, cuidados e novas regras que, parece, irão nos acompanhar ainda por algum tempo.
Eu perdi um primo querido e alguns amigos para a Covid, além de acompanhar com dor e indignação as cenas do teatro de horrores perpetrado no Brasil. Fora isso, tive muita sorte. Não adoeci, pude trabalhar de casa até o final de novembro e produzi bastante. Com todos os pulos que as editoras independentes tiveram que dar para manter a cabeça fora d´água, também publiquei bastante. Neste post, compartilho com vocês um pouco do que fiz, e enquanto o escrevo aproveito para refletir sobre as decisões e metas do próximo ano.
Eu e minha parceira de escrita! O prêmio é das duas, mas a caveirinha vai morar com ela em João Pessoa. |
No início de 2020, eu estava escrevendo uma noveleta que chegou a quase 12.000 palavras. Escrevi mais 10 contos nos meses seguintes. Em 2021 escrevi 11 contos, o mais longo com cerca de 6.000 palavras. Somando tudo, e levando em conta apenas as versões finais, foram quase 100.000 palavras escritas durante a pandemia, 22 contos no total, dos quais 14 foram publicados e 4 outros, pelo menos, têm destino certo. Também publiquei pela Editora Draco a terceira edição do meu livro de estreia, O Caçador; um livro de terror e suspense escrito em parceria com Allana Dilene, que venceu o Prêmio ABERST de melhor narrativa juvenil; e a coletânea, organizada por mim, Contos de Fadas Sombrios. Pra não dizer que só falei de flores, tive contos rejeitados em três revistas e dois concursos, e alguns projetos floparam ou foram abandonados. Mas o saldo foi pra lá de positivo.
Sob o meu outro chapéu, escrevi um texto por semana para a página e as redes da Biblioteca Nacional, com dois temas principais: História do Livro e Escritores Brasileiros. São textos de divulgação para o grande público, mas vêm sendo bem recebidos; quem se interessar pode lê-los aqui. Também tive oportunidade de tagarelar um pouco sobre livros manuscritos e História das Bibliotecas no podcast Perdidos na Estante. E fiz muitos cursos legais na minha área de atuação e áreas correlatas.
Por que estou contando tudo isso?
Porque ao longo desses anos de tanta produção também houve bastante análise e auto-análise. Quem me conhece sabe que sou muito ansiosa, que somatizo minhas encucações e que isso se agravou ao longo de 2018 e 2019, de forma que mesmo sem a pandemia eu já tinha decidido reduzir minhas atividades, cuidar mais da minha saúde... Enfim, todas as decisões que a gente toma ao fim de cada ano ou depois de um momento de crise e quase nunca põe em prática.
Dessa vez eu tomei algumas iniciativas, como procurar uma terapeuta e melhorar a minha alimentação, mas tenho algumas metas por alcançar, e para isso era essencial que eu aprendesse a ser mais legal comigo mesma. Que eu assumisse menos tarefas, que parasse de me cobrar produtividade, que deixasse de ter expectativas quanto a algumas pessoas e me doasse mais a outras, que se importam comigo e gostam de mim.
Fazer essa retrospectiva, escrever sobre aquilo que considero as minhas conquistas, me ajudou a perceber o quanto já caminhei, que minhas metas não têm que ser as mesmas de outras pessoas e que, para o bem ou para o mal, eu encontrei minha voz de contadora de histórias.
E não preciso mais provar nada a ninguém.
Assim, gente amiga, é com carinho que me despeço de vocês e deste dezembro. Que o próximo ano nos encontre em paz e saúde, que a gente consiga encontrar forças para vencer os monstros e que a vida seja melhor para todos.
Até a próxima!
2 comentários:
Parabéns e obrigada por participar e colaborar em coletâneas. Que 2022 continue sendo um tempo de muita produção e também que venham boas novidades e mais normalidade.
Sou eu que agradeço por todas as oportunidades, querida Lu! Boas entradas!
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