segunda-feira, dezembro 27, 2021

Minhas Leituras Favoritas em 2021 - Nacionais

 Gente amiga,

Como prometido, estou de volta para falar sobre minhas melhores leituras em 2021, agora com foco nos nacionais.

Tive oportunidade de ler muita coisa boa publicada em revistas, em e-books solo, em blogs, em newsletters. Aqui falarei apenas de livros, impressos ou digitais, sendo um de contos (de autora única), quatro romances adultos e um juvenil. Vale lembrar que li muitas outras obras nacionais de que gostei e que foram habilmente construídas e escritas; as que destaquei foram as que, acima dos critérios técnicos, me proporcionaram os melhores momentos como leitora, me empolgaram, prenderam e/ou tocaram de diferentes formas. Sem mais delongas, vamos lá?


O Jovem Arsène Lupin e a Dança Macabra, de Simone Saueressig

Vou começar minha lista de nacionais por onde terminou a de estrangeiros: pelo juvenil! Este livro da Simone traz uma história bem amarrada, cuja caprichada ambientação nos leva a uma jornada pelas ruas e, especialmente, pelos subterrâneos de Paris. Um ponto muito positivo é que seu personagem consegue agir como o adolescente que é e, ao mesmo tempo, ter atitudes que revelam o futuro anti-herói Arsène Lupin, o Ladrão de Casaca. Este é o primeiro livro de uma série e eu já estou de olho para ver quando sairão os demais!



O Som do Rugido da Onça, de Micheliny Verunschk

Esse livro me transportou a muitas histórias que li e muitos documentos que estudei na Biblioteca Nacional. Umas e outros contam de jovens indígenas levados ao Velho Mundo por viajantes e naturalistas -- Spix e Martius, neste caso, que estiveram no Brasil  em 1817 –, mas poucos mostraram tão bem e de perto o choque de culturas, indo além do factual e do simples estranhamento e permitindo ao leitor ter um vislumbre do mundo europeu através dos olhos das duas crianças. A boa narrativa é por conta da autora, mas o livro se baseia numa história real -- e eu não direi que tem um toque de fantástico ou realismo mágico, pois sei, no fundo do coração, que a Grande Onça existe. E, com sorte, ainda anda por aí.



Calote, de Leonardo Valente

O primeiro de todos os livros que li este ano nos coloca diante de uma situação à primeira vista singela: e se de repente ninguém pagasse as contas pendentes? Como iriam se virar os bancos, as empresas, o que seria do capital especulativo? Acompanhamos a trajetória de dois personagens nesse ato de resistência – para então nos darmos conta de que, na verdade, o que acompanhamos é uma bola de neve passando como um rolo compressor por cima de um sistema cruel. E dá muita, muita vontade de juntar mais uns punhados para fazer a bola crescer.



Crônicas da Lua Cheia – A Ascensão do Alfa, de Clecius Alexandre Duran

Meu carinho pelos lobos e a convicção de que eles são (ou podem ser) bonzinhos meio que cai por terra com os livros do Clecius. Ele explora o lado mais violento e sanguinário do mito do lobisomem, e faz isso muito bem, com um estilo todo próprio, cada vez mais apurado, e mostrando capricho na pesquisa. Neste livro, ele nos leva a uma viagem pelo Rio Grande do Sul, nos tempos da Revolução Farroupilha, para contar a história de Sétimo, um jovem e impetuoso gaúcho cujo caminho cruza com o de uma alcateia de metamorfos – e com outros personagens das lendas locais, que aparecem quando menos se espera e dão uma outra dimensão à história. É ler para crer.



Dezessete Mortos, de Nikelen Witter

Mais um passeio pelo pampa gaúcho, desta vez levada por uma nativa. O livro reúne contos de Nikelen Witter cuja ação transcorre no Rio Grande do Sul, em diferentes períodos. A maior parte deles tem um forte sabor regional, tradicionalista; outros soam mais universais, pela ambientação ou pelo próprio tema, mas todas as narrativas são bem contruídas e amarradas, os personagens são verossímeis, as tramas são instigantes. Eu, que em geral me atenho aos romances, desta vez não pude deixar de incluir este livro como um dos melhores que li no ano, e recomendo toda a obra da Nikelen a quem tem boa cabeça e coração valente.  




Claroscuro, de Oscar Nestarez

Este foi um livro que eu li antes do lançamento, visto ter sido sua revisora, e me prendeu desde as primeiras palavras. Conta a história de dois irmãos que mantêm um estranho equilíbrio entre si: quando um está bem, alegre, de bom astral, o outro se vê imerso em tristeza e apatia. A narrativa sóbria constrói uma tensão que se aprofunda pouco a pouco, à medida que os irmãos se tornam mais velhos e um deles começa a ter pensamentos sombrios. Este livro foi o segundo a ser lançado pela Coleção Dragão Negro, da Editora Draco, e parece que só estará disponível até o final de janeiro, quando termina a campanha do último livro. Aproveitem e cliquem aqui para conhecer todos eles.

E vocês, que livros nacionais os encantaram este ano? Partilhem conosco!



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