Procurando um lugar na barca, percebi, na bolsa de uma passageira, um brilho verde fosforescente. Atravessava a trama do tecido, como se ela houvesse capturado um vagalume. Fechei os olhos antes de chegar mais perto e descobrir que se tratava de algum badulaque de metal. Para que, tão cedo, um choque de realidade?
Então, achei um lugar vazio entre uma janela e um idoso que lia um texto fotocopiado. Peguei meu caderno, querendo espremer ao menos algumas palavras no tempo da travessia, mas antes de começar não resisti a dar uma olhada por sobre o braço do vizinho. Seriíssimo, ele lia sobre as catástrofes que nos aguardam no Dia do Arrebatamento, quando os justos serão separados dos pecadores. Suspirei e voltei ao meu livro inacabado de fantasia, sabendo que o senso comum me vê da mesma forma que a esse senhor.
Dois malucos.
sexta-feira, setembro 10, 2010
sexta-feira, agosto 27, 2010
Neon Azul

Oi, Pessoas, tudo bem?
Mais uma vez peço sua atenção para um excelente escritor de fantasia brasileiro. Eric Novello é jovem (pelo menos mais que eu, hehehe) mas tem anos de experiência que se traduzem em seus textos, ágeis e surpreendentes. Meu companheiro - e um dos editores - de Imaginários - vol. 1, ele agora nos brinda com este livro-solo, que nos é apresentado pela Editora Draco:
Um homem que não dorme nunca. Um advogado com um cramulhão na garrafa. Um assassino que atravessa espelhos. Um escritor que não consegue prender sua personagem no papel. Esses são alguns dos frequentadores de Neon Azul, um bar diferente para cada cliente. Escolha o seu lugar, faça o seu pedido. Depois do primeiro drinque, você jamais será o mesmo.
Neon Azul é uma boate onde habitam os seus mais sombrios desejos e tentações. É um lugar diferente, repleto de acontecimentos estranhos, mas que poderia estar na esquina da sua casa ou no caminho entre o trabalho e o metrô. Acompanhe a história do inferninho e de seus clientes peculiares, e descubra que realizar seus desejos pode ter efeitos colaterais imprevisíveis.
Homens de negócio, prostitutas, artistas e boêmios imersos em uma solidão que só quem passeia pela noite já experimentou; um sentimento comum aos que vivem cercados de gente, com um sorriso no rosto e um copo na mão.
Nesse jogo de luzes e sombras que revela a fantasia e encobre a realidade, está nas mãos do leitor a decisão de acreditar ou não no que lê e decidir quem conta as verdades e as mentiras ao longo da história.
Assim como o insone gerente do bar, o leitor terá muito o que lembrar quando deitar na cama e fechar os olhos por própria conta e risco.
E sobre o autor:
Eric Novello adora escrever sobre os bares, boates e inferninhos que permanecem vivos em sua memória. Em sua fase solar, cuida de um gato imaginário e da coleção de vinis de blues que ainda não começou. É roteirista, aficionado por cinema, principalmente o noir. Adoraria ter o que fazer nas horas vagas, mas antes precisa descobrir como consegui-las.
Instigante, não? Eu também achei. E tenho certeza de que nenhum de nós irá se decepcionar com o estilo e a criatividade do Eric neste seu novo livro.
Boa leitura a todos!
Ana
terça-feira, agosto 17, 2010
Eclipse ao Pôr do Sol

Pessoas Queridas,
É com orgulho que venho anunciar o lançamento da coletânea de contos fantásticos de Antonio Luiz M. C. Costa. Jornalista da Carta Capital e meu velho conhecido de papos sobre Fantasia no Orkut, o Antonio foi a primeira pessoa a resenhar - e elogiar! - meus livros "O Caçador", então ainda independente, e "O Jogo do Equilíbrio", o que além de abrir algumas portas serviu para aumentar minha autoconfiança como autora. Sempre elegante, o Antonio, por outro lado, é muito exigente. Não é fácil merecer um elogio dele!
Este livro, tenho certeza, merecerá muitos, a julgar pelo release fornecido pela Editora Draco:
Em sua primeira coletânea de ficção, Antonio Luiz M. C. Costa, editor de política internacional da Carta Capital, oferece ao leitor uma viagem por seis contos que vão da Antiguidade Clássica ao Século XXI, com escalas no Portugal da Renascença, no Brasil do Segundo Reinado e nas míticas Asgard e Atlântida, mostrando realidades com os olhos da fantasia.
Este é um turismo de aventura. Se quiserem entender os nativos, terão de ficar atentos, pois eles falam com seus sotaques nativos, não na língua dos âncoras da tevê. Precisarão desembarcar em solos estranhos e achar o caminho com os próprios pés.
Em compensação, serão recebidos por deuses e ninfas e conhecerão grandes vates e bardos. Caso se atrevam, terão a oportunidade de partilhar o leito com tórridas ou tórridos amantes. Mas com uma coisa não precisam se preocupar: não se perderão em quimeras nebulosas, em devaneios insinceros. Esta caixa contém meia dúzia de pílulas meio vermelhas, meio azuis, para se ver realidades com os olhos da fantasia.
Sobre o autor:
Antonio Luiz M. C. Costa sempre gostou de literatura em geral e de fantasia e ficção científica em especial, mas formou-se em engenharia de produção e filosofia, fez pós-graduação em economia e trabalhou como analista de investimentos e assessor econômico-financeiro antes de reencontrar sua vocação na escrita,no jornalismo e na ficção. Hoje escreve sobre a realidade na revista CartaCapital e sobre a imaginação em outras partes, além de colaborar com os meios a seu alcance para o desenvolvimento da ficção especulativa no Brasil.
Eclipse ao Pôr do Sol e Outros Contos Fantásticos
Autor: Antonio Luiz M. C. Costa
Editora: Draco
ISBN: 978-85-62942-05-1
Gênero: Literatura Fantástica
Formato: 14cm x 21cm
Legal, não?
Resta acrescentar que o livro já está disponível nas maiores livrarias do Brasil e pelo site da Editora Draco, que aliás está com outros lançamentos incríveis. Em breve falarei deles, mas quem não quiser esperar já pode ir clicando aqui.
Boa leitura - e até a próxima!
Abraços a todos,
Ana
quarta-feira, julho 07, 2010
Arrivederci!!
sexta-feira, julho 02, 2010
A Infância do Mago, de Hermann Hesse

O desejo por todos os poderes mágicos acompanhou-me vida afora, sob formas tão diversas que às vezes eu mesmo custava a reconhecê-las (...). Volta e meia quis sumir dos meus livros, quis me rebatizar e me esconder por trás de nomes brincalhões e cheios de sentidos (...). Olhando para trás, vejo que toda a minha vida esteve sob o signo daquela vontade de ser mágico.
O trecho acima foi extraído de A Infância do Mago, de Hermann Hesse, que acaba de sair no Brasil sob o selo da José Olympio. Trata-se menos de uma autobiografia e mais de uma interpretação do que foram, para Hesse, os seus primeiros anos: um tempo em que tudo era relativo e maleável, em que um estranho duende lhe servia de guia e os textos mudavam de página no interior dos livros.
Esse tempo de sonho foi o ponto de partida para que Hesse, auto-denominado “Príncipe do Possível”, empreendesse sua longa jornada em busca de iluminação, da qual temos o privilégio de partilhar por intermédio de seus livros. Quem gostou de O Lobo da Estepe, Sidarta e O Jogo das Contas de Vidro fará bem em conferir este livrinho, que, passível de ser lido em meia hora, abre uma janela para o tempo e o lugar de origem de toda uma vida repleta de magia.
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