quarta-feira, dezembro 01, 2004

Top 20 2004 (parte 2)

Olá, Pessoas queridas! Tudo bem?

Por aqui não há muitas novidades. A Biblioteca Nacional continua em greve, assim como outros órgãos do Ministério da Cultura, e eu tenho me dedicado a ler, revisar alguns textos e fazer planos para o ano que vem. Também procuro sempre participar das assembléias de funcionários, quando há, e aproveito para dar um pulinho nas livrarias e sebos do Centro do Rio. Por que não? A vida não é só feita de trabalho...! ;)

Ontem voltei com um sorriso de orelha a orelha, porque encontrei duas preciosidades: Mythologies, de W. B. Yeats, no sebo Berinjela; e, no sebo do Paço Imperial, uma antologia, em Inglês, dos Contos de Fadas Russos coletados por Aleksandr Afanasev. Também chegou na Leonardo da Vinci um dos que eu tinha encomendado: The Great Fairy Tale Tradition, de Jack Zipes, aquele cujas teorias ainda hão de me fazer publicar uma edição revisada do meu próprio livro sobre as origens dos contos de fadas. De qualquer forma, foram excelentes aquisições para minhas estantes. E para a Estante Mágica também... Esperem e verão!

Até lá, aqui vão mais cinco dos livros que li este ano e que recomendo a vocês:

1. Deuses Americanos, de Neil Gaiman. Mais uma crônica fascinante (e algo sombria) do escritor de Sandman. Neste livro, ele parte do pressuposto de que os Deuses levados para a América por imigrantes de todas as épocas e de todas as partes do mundo permaneceram no local, mesmo depois de seus adoradores haverem partido. Alguns deles desapareceram ou enfraqueceram, mas outros estão ativos, preparados para uma batalha final contra os novos Deuses: aqueles que surgiram do culto ao dinheiro, às novas tecnologias e a tudo que faz parte do modo de vida americano. Para ler, se emocionar... e refletir.

2. Papoulas Vermelhas, de Alai. Um panorama abrangente, rico em detalhes e escrito de forma irrepreensível, do que era o Tibete antes da ocupação pelo exército chinês. Através dos olhos de um jovem considerado idiota, membro de uma das famílias que dominavam a região, a idéia de uma terra habitada por iaques mansinhos e lamas pacíficos vai ficando para trás a cada página.

3. Um Barril de Risadas, um Vale de Lágrimas, de Jules Feiffer. Ilustrado pelo autor, este é um dos melhores infanto-juvenis que li este ano. Conta a história do Príncipe Roger, cuja bênção (ou maldição) era fazer com que todos que se aproximassem dele caíssem na risada. Aconselhado por um mago, Roger parte em busca da cura para o seu problema e encontra os tipos mais improváveis. Leve e divertido, vale a pena, até mesmo para adultos.

4. O Rei de Girgenti, de Andrea Camilleri. Partindo de uma notícia que leu, por acaso, em um velho jornal, o autor de vários livros policiais de sucesso escreveu (mais: imaginou!) a crônica de um camponês que, durante um curto período de tempo, se autoproclamou Rei da região italiana de Agrigento. Comecei a ler sem grandes expectativas, mas não consegui parar até chegar ao final.

E agora nossa menção honrosa... o melhor livro brasileiro do ano!!

As Pelejas de Ojuara, de Nei Leandro de Castro. Saborosíssima saga de um herói (ou anti-herói) ao estilo de Macunaíma: o caboclo Ojuara, cujas aventuras se passam num panorama que evoca os mitos e a literatura oral do Brasil. Vários amigos, inclusive freqüentadores da Estante, já haviam me recomendado este livro e eu passo a dica adiante. Realmente imperdível!

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Bom, pessoal... Por hoje é só. Espero que, entre gêneros tão variados, todos gostem de pelo menos um desses livros!

Abraços pra vocês,

Até a próxima!

Ana Lúcia

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