Pessoas Queridas,
Tendo fechado o próximo livro de Athelgard e mais um outro que é surpresa, deixo com vocês um trecho do conto em andamento, narrado por um personagem da nova geração dos Contos da Clepsidra -- Liserbal -- em que ele reconstrói lembranças de quando era bem criança e estava prestes a ganhar um irmão. Ou irmã, como sua mãe reivindicava depois de dar dois varões à família do marido. Complicado? É que estamos em Cartago, em torno do ano 314 antes da Era Cristã. E mesmo assim essa é uma família bem avançada para os padrões da época. :)
Se alguém quiser ler e opinar, ficarei feliz!
Tendo fechado o próximo livro de Athelgard e mais um outro que é surpresa, deixo com vocês um trecho do conto em andamento, narrado por um personagem da nova geração dos Contos da Clepsidra -- Liserbal -- em que ele reconstrói lembranças de quando era bem criança e estava prestes a ganhar um irmão. Ou irmã, como sua mãe reivindicava depois de dar dois varões à família do marido. Complicado? É que estamos em Cartago, em torno do ano 314 antes da Era Cristã. E mesmo assim essa é uma família bem avançada para os padrões da época. :)
Se alguém quiser ler e opinar, ficarei feliz!
-- Liser! – Do cômodo onde as mulheres se reuniam para tecer, minha mãe me viu e me chamou antes que encontrasse os homens. – Onde vai com essa pressa? Me diga o que aconteceu.
-- Foi o Tio Aníbal – ofeguei, sem querer parar, porque eu era um soldado com uma missão. Minha mãe, porém, me deteve com um franzir das sobrancelhas, e logo minha avó Enidala deixava o tear e corria para me pegar pelos braços.
-- O que houve com seu tio? – perguntou, aflita.
-- Levou um tombo, no jardim – respondi, e a comoção foi geral. Minha avó me largou e correu ao encontro do irmão; minha mãe, pesada demais para correr, mandou uma das tecelãs chamar meu pai e me deu a mão para irmos juntos até o jardim. Seus dedos eram macios e quentinhos. Cheguei o mais perto dela que pude, mas evitei olhar para sua barriga, porque nos últimos tempos ela vinha se mexendo sozinha, e aquilo me assustava um pouco. Era muito diferente de pôr a mão e sentir os movimentos lá dentro. A Avó Zora tinha explicado que o novo irmãozinho era muito inquieto, e que por isso gostava tanto de se mexer, mas mesmo assim eu preferia não olhar. Compensaria brincando bastante com ele quando nascesse. Mesmo que fosse uma irmã, como minha mãe vinha pedindo em suas preces a Pene-Baal desde que engravidara pela terceira vez. Não que ela não houvesse se alegrado com a chegada de Tarish, de olhos verdes como esmeraldas, que recebera o nome do avô caravaneiro. Amaria do mesmo jeito o novo bebê, se viesse menino. Mas, uma vez que dera herdeiros varões à Casa Aníbal, ter pelo menos uma filha era um direito que minha mãe reivindicava como seu.
***
Ilustração em estilo fofo pela Sheila Lima Wing. Aqui o pessoal do conto já está mais velho, e a família está completa. Quem você acha que é o Liser?
Curtiu? Leia outro conto do pessoal de Cartago clicando aqui.
4 comentários:
Essa família vai conquistar muitos corações! E como disse antes, já estou doida de vontade de ler o conto completo!
Também quero o conto completooooo! E muito curiosa para saber se é uma menina ou um outro garoto esse bebezinho inquieto. Me deu umas saudades dos calombos que a Sophia fazia na minha barriga agora...
Que bom que gostaram! Espero ter o conto completo e poder mandar para vocês lerem. Ele é bem slice of life, se for postado completo vai ser apenas em um blog, mas por ora não porque dá muuuuuito spoiler da história do Balthazar.
Ahhhh, só isso? (folgada eu né?)
Ana, tenho uma atração irresistível por narração em primeira pessoa de crianças. Adoro!
Já me conquistou só por isso, mas confesso que preciso ler a saga toda, fico meio perdida em meio aos personagens que não conheço. Mas Athelgard está na minha lista!!
Beijos e sucesso!
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