domingo, dezembro 16, 2012

Melhores Leituras de 2012: Dez Livros Nacionais




Oi, Pessoas! Tudo bem?

Bibliotecária, Sol na 4ª. casa astrológica, apreciadora de História e Mitologia... É, tudo aponta para um certo apego às tradições. E, como estamos em dezembro, chegou a hora de cumprir o que se tornou uma tradição aqui na Estante Mágica, falando um pouco sobre os livros que li em 2012.

Antes de começar, devo explicar que desta vez optei por apenas duas categorias: livros nacionais e estrangeiros, tendo por única regra não listar antologias com vários autores. Foi por puro acaso que não entrou nenhum livro de contos na lista final. Também os juvenis, que estariam numa categoria à parte, acabaram se mesclando aos demais, e reservei três posições para eles. Assim, cada lista é aberta por três livros juvenis - que entram primeiro, em ordem alfabética de título – aos quais se seguem sete romances para adultos, também em ordem alfabética.

Deixo claro que não é minha intenção fazer qualquer juízo de valor. Leitura, como vocês sabem, é algo muito pessoal. Um livro pode ser maravilhoso para mim e chatíssimo para outra pessoa; pode fornecer a chave para a compreensão da minha existência e não fazer nenhum sentido para você. Também há aqueles que, como escritora, eu não podia deixar de ler e cuja importância reconheço, mas que não pus na lista porque não foram leituras muito fáceis nem – para mim – tão agradáveis.

Em suma, a intenção aqui não foi enumerar “os melhores livros”, mas partilhar as leituras que mais me deram prazer ao longo deste ano. As listas incluem títulos recentes e alguns lançados há anos, além de uma bela mistura de estilos e gêneros.

Confiram!

A Árvore do medo, de Marco Túlio Costa

É um livro juvenil, mas não só: fala sobre um professor convidado por uma ONG a dar uma oficina de escrita criativa para jovens, e em meio à narrativa se encontram algumas dicas para quem trabalha com isso. A história, porém, encanta, pois, sem deixar em momento algum de ser uma narrativa envolvente, consegue mostrar como a literatura pode realmente cumprir uma função libertária. Boa escrita, bela mensagem.

Duncan Garibaldi, de A. Z. Cordenonsi

Boa parte dos visitantes da Estante Mágica deve conhecer este. É uma aventura muito bem narrada, com pinceladas de mitologia e cultura brasileira, tendo por fundo um bom trabalho de pesquisa sobre a cidade do autor (Santa Maria, RS). E com um gostinho steampunk ainda por cima.

Ouro, fogo e megabytes, de Felipe Castilho

Um livro surpreendente, cheio de aventuras e reviravoltas que combinam jogos online e seres do folclore brasileiro – mas o melhor mesmo é a narrativa de Felipe, cujos diálogos e descrições fogem do jeitão “engessado” que vemos tanto em juvenis quanto em livros de fantasia para adultos e tornam seus personagens e sua história muito mais críveis e envolventes. Trabalho de mestre.

O Andarilho das sombras, de Eduardo Massami Kasse

Um livro de fantasia medieval que segue a linha de Bernard Cornwell: tudo é cru, tudo é sujo, tudo é direto. Ao mesmo tempo, uma narrativa que prende, entrelaçando dois momentos do mesmo personagem para no fim levar o leitor a compreender como ele chegou até ali e o porquê de fazer o que faz. Vale a pena.

Carvão animal, de Ana Paula Maia

Também um livro cru, conta a história de dois irmãos – um bombeiro, um funcionário de crematório – e da cidade onde vivem, onde tudo é cinzento e onde os mortos abastecem os vivos. Ambos têm de lidar com uma tragédia do passado ao mesmo tempo que fazem frente a um cotidiano árido e brutal. Incomoda e surpreende.

O Centésimo em Roma, de Max Mallmann

Uma delícia de livro. Não só pela ambientação fabulosa, mas pelo protagonista – o impagável centurião Desiderius Dolens - , pela trama, recheada de maquinações, surpresas e bastante humor, e pelos diálogos mais do que afiados. Um livro para ler, reler e dar de presente.

Gabriel, de Claudio Parreira

O que fazer quando o “cara lá de cima” dá uma de doido e envia ninguém menos que o anjo Gabriel à terra, numa missão quase impossível? E quando o anjo é ajudado pelas pessoas mais improváveis? Em cima disso, Parreira criou uma ótima história, com humor, suspense e uma boa escrita. Recomendo!

Kaori, perfume de vampira, de Giulia Moon

Embora não seja muito fã de livros de vampiro, posso dizer que este me encantou. Curti tanto a parte dele que se passa em São Paulo quanto a do antigo Japão, lugares por onde transita a sedutora Kaori - e os dois outros livros da saga já estão na minha lista para 2013, com a promessa de mais fascínio em boa narrativa.

A Primeira mulher, de Miguel Sanchez Neto

O autor dispensa comentários: quase todos os anos tem livro dele na minha lista. Este não fica atrás dos primeiros, contando a história de um professor quarentão, solitário e meio entediado que se envolve numa trama criminal de fundo político. Ao fundo desfilam várias mulheres: a ex-namorada, a aluna, a secretária e a mais importante de todas, que é... Ora, leiam! :)

A Tisana, de Roberto de Mello e Souza

Li este livro enquanto trabalhava na organização da coletânea Excalibur, da Editora Draco, que sai no ano que vem. Trata-se da história de Tristão e Isolda transportada para o sertão e contada ao estilo de João Guimarães Rosa – com um resultado incrível. O autor é responsável por levar a história de Percival para o mesmo universo em “O Pão de Cará”, dois livros que recomendo a fãs do mito arturiano e a apreciadores da boa literatura nacional.

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Bom, Pessoas, por enquanto é só. Em breve sairá a lista de livros estrangeiros. E não esqueçam: estamos com uma promoção bem legal aqui no blog, valendo um exemplar de 2013. Aguardo sua participação!

Até a próxima e um grande abraço!

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Post ilustrado com uma imagem que recebi e compartilhei no Facebook. Desde já peço licença ao seu autor para utilizá-la e me comprometo a dar o crédito, se alguém souber de quem é.

3 comentários:

A.Z. Cordenonsi disse...

Tem como estar mais orgulhoso? Obrigado, Ana! Que bom que gostou!

Giulia Moon disse...

Ah, que delícia estar na lista da querida Ana, que sabe o que é bom - e sabe dizer isso com a graça de uma ótima escritora! Arigatô, Ana, valeu!

Eduardo Kasse disse...

Obrigado pelas palavras sobre O Andarilho das Sombras, Ana!

É sempre bom ter alguém que sabe o que faz e sabe o que diz falando do nosso trabalho.

E vou conhecer os livros que você indicou!