segunda-feira, março 21, 2011

Julie e Julia


Pessoas Queridas,

Inteiramente fora de cronograma, venho deixar meus comentários sobre um filme que muitos de vocês já devem ter visto, e que recomendo a todos os que me leem: Julie and Julia, de Nora Ephron, estrelado por Amy Adams e Meryl Streep com uma voz inacreditável.

Não, o filme não tem nada a ver com o gênero fantástico. E, sim, é aquele que fala sobre uma mulher que prepara as mais de 500 receitas do livro de uma outra, escrito várias décadas antes. Só que a história não é sobre comida – ou melhor, ,é sobre comida, mas antes de tudo sobre os grilos, os altos e baixos, as derrotas, vitórias e principalmente expectativas de todo escritor. Principalmente os aspirantes, como a Julie do filme, que acabava de desistir de escrever um romance, trabalhava num lugar detestável (alguns de nós têm mais sorte) e reencontrou o equilíbrio através do auto-imposto desafio de preparar as receitas da outra ao longo de um ano. Por meio de seu blog, ela partilha a experiência com dezenas, depois centenas ou milhares de pessoas, e o apoio que recebe a ajuda a restaurar a fé em si mesma.

Enquanto isso acontece, o espectador acompanha também a jornada da escritora do livro. Julia Child era uma americana de meia-idade, descrita como “adorável” pelo marido devotado (pessoalmente eu não gostaria de tê-la como sogra) , que preenche seus dias em Paris aprendendo culinária francesa. O acaso a faz conhecer duas outras senhoras que estão escrevendo um livro, e as três se associam na dura tarefa de concluir o trabalho, enfrentar a rejeição das editoras e, ainda, lidar com os problemas que o marido, membro do serviço diplomático, enfrenta por conta do macartismo.

Do lado de cá, o marido de Julie é o primeiro que a incentiva a escrever o blog, mas, ao longo do percurso, se ressente da obsessão da esposa por cumprir sua “missão”. Daí as acusações de egocentrismo (que escritor nunca as ouviu?), as reivindicações (justas e injustas) e as brigas inevitáveis que ou separam um casal de vez ou fazem com que os dois se unam ainda mais (não, eu não vou contar o final do filme).

O mais legal de Julie e Julia, porém, é ver como ambas, cada qual à sua maneira e de acordo com a época, enfrentam os obstáculos inerentes à carreira de todos os escritores. A gente os reconhece em várias cenas: Julie deprimida porque a editora cancelou um jantar; Julia decepcionada com a escritora idosa que não tinha nada valioso a dizer; mais tarde, pulando de alegria e abraçando o marido ao receber uma carta positiva, do mesmo jeito que Julie saiu dançando pela casa ao ouvir a longa série de mensagens após a publicação do artigo no NY Times. Todas, menos a última. E foi a última, a única de fato ligada a Julia, que proporcionou o maior de seus desafios.

Epa! Quase que eu conto como termina. Antes que isso aconteça, vou parando por aqui. Reservo apenas duas linhas para dizer que as semelhanças entre mim e as duas protagonistas – a Julia gregária e de bem com a vida, a ansiosa e sensível Julie – não param no fato de todas sermos escritoras. Elas se complementam no fato de termos bons amigos, que nem sempre estão fisicamente por perto, mas com quem podemos contar; e no fato de que, seja lá o que enfrentarmos no caminho, temos a sorte de encontrar amor e um porto seguro em nossos companheiros.

Esperando que curtam a dica,

Abraços e até a próxima!

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom filme...
Voce (s) assistiu Mary e Max....
Vi.. adorei.. chorei... amei...

Ana disse...

Também vi e gostei muito de Mary e Max. Mas não chorei, não desta vez. ;)

Janaína Bonassi disse...

Oi querida Ana!
Também já assisti e adorei!
Excelente o briefing que você fez do filme, assim como comentários e paralelos... Bjs e sucesso!

beronique disse...

Ainda não assisti, mas agora estou muito curiosa só lendo o começo da resenha, por isso não vou ler o resto, senão estrago a surpresa do filme, já vou procurá-lo para assistir ^^

Thankss pela dica!

Abços!