segunda-feira, dezembro 19, 2005

Top 15 2005 (Parte 2)

Oi, Pessoas! Tudo bem?

Fiquei muito feliz com a repercussão das primeiras dicas do Top 15. É um prazer partilhar minhas experiências com vocês... eu estou preparando uma surpresa, neste sentido, para o ano que vem. Aguardem!

Por enquanto, aproveitando o dia em casa (rodízio de folgas na BN, para compras de Natal), vou deixar aqui a segunda leva da seleção deste ano. A categoria é

Melhores Romances

Balzac e a Costureirinha Chinesa
, de Dai Sijie. Num dos programas de "reeducação" determinados por Mao Tse-Tung na China, no final da década de 60, dois jovens universitários são enviados a uma aldeia nas montanhas, onde devem aprender a viver como os camponeses. A amizade de uma moça da região, conhecida como "A Costureirinha", viria a mudar a vida de ambos. Mas a grande transformação se daria mais tarde, com a descoberta de uma mala repleta de livros proibidos (não só Balzac, mas também Zola, Flaubert, Dostoievski, entre outros), através dos quais o narrador e seus companheiros passam a conhecer uma outra realidade. Um romance no qual o livro aparece como instrumento de prazer e libertação, e, o que é importante: uma obra que ocasiona mais risos que lágrimas, sem o "peso" de outros (necessários) livros sobre a China Vermelha ou a atual.

A Bíblia Envenenada, de Bárbara Kingsolver. Tendo como pano de fundo a luta do então Congo Belga pela independência, esse livro admiravelmente escrito narra a história dos missionários (fictícios) Nathan e Orleanna Price e de suas quatro filhas, cujas vidas, crenças e propósitos se transformam em contato com a realidade da África. Em destaque: a complexidade e riqueza dos personagens, cada um dos quais reage de uma forma às mudanças com que se vê confrontado. Este livro ficará em minha estante por muitos anos.

A Quarentena, de J. M. G. Le Clézio. Em 1891, Jacques e Suzanne, um jovem casal de franceses, embarcam para as Ilhas Maurício acompanhados de Léon, o irmão ainda mais jovem de Jacques. Uma epidemia de varíola os confina, com uns poucos compatriotas e um bando de indianos "importados" para trabalhar nos canaviais, a um rochedo vulcânico isolado no meio do mar. Ali, durante o tempo de quarentena, vozes se erguem do passado para contar a história de Ananta - uma inglesa, indiana por adoção, que retornou voluntariamente à ilha após muitos anos - e para criar uma nova dimensão da vida e do futuro aos olhos de Léon. Sensível, poético e às vezes muito triste: um belo livro.

Anjos Caídos, de Tracy Chevalier. O mais recente (até onde sei) livro da autora de Moça com Brinco de Pérola conta a história de duas famílias, os Coleman e os Waterhouse, que se conhecem num cemitério londrino, um dia após a morte da Rainha Vitória. Através da amizade de suas filhas e da (secreta) cumplicidade destas com o filho do coveiro, desenvolve-se uma trama densa, rica em sutileza e complexidade, tendo como pano de fundo as mudanças - como o voto feminino - que se impõem sobre a sociedade inglesa daquele período. Muito, muito bom!

O Que Eu Amava, de Siri Hustvedt. Um livro que comprei ao acaso e me surpreendeu pela profundidade de seus personagens. Nele são narrados vinte e cinco anos de amizade entre o crítico (e narrador) Leo Hertzberg e o pintor William Wechsler: dois homens muito diferentes, mas unidos em seu amor e devoção à arte, até que duas tragédias - uma súbita e inesperada, outra uma condição que se revela ao longo do tempo - contribuem para abalar os laços criados pelos interesses em comum e amizade recíproca. Salman Rushdie gostou e recomenda. Eu também.

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Bom... é isso aí. Espero que gostem destas dicas!

Ao longo da semana, tentarei fazer uma visita aos "cantinhos" de vocês, mas, se não der, ficam desde já os meus votos de um excelente Natal: um tempo de alegria, celebração, reflexão e muita paz junto àqueles que amam. O Ano Novo... Bom, até lá, com certeza, vai haver mais um post por aqui!

Abraços carinhosos,

Ho ho ho a todos!

Ana Lúcia

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