quarta-feira, janeiro 26, 2005

Companheiros de Viagem

Oi, Pessoas! Tudo bem?

Quero começar agradecendo as palavras de incentivo que deixaram aqui. É muito bom saber que estou cercada por tanto carinho e, ainda, perceber que meu trabalho vem tendo uma boa repercussão. Vou fazer o possível para não deixar a bola cair, mesmo em períodos de bloqueio... ou de ausência, como o que começa dentro de uns poucos dias. Isso porque as minhas férias, que estavam marcadas para Maio, foram antecipadas para as primeiras duas semanas de Fevereiro, quando João terá um período um pouco mais tranqüilo no trabalho e poderá viajar. Nós vamos ficar alguns dias em Campos de Jordão e depois partimos para Penedo, onde, pelo terceiro ano consecutivo, passaremos o Carnaval. Tudo para fugir do calor e da confusão cariocas!

No momento, estou pensando no que devo levar e calculando se a quantidade de shorts e vestidos da Luciana dará para quinze dias. Olhando para o seu armário e abrindo suas gavetas, a gente pensa que ela tem muita coisa, mas seu potencial para desastres com líquidos derramados e quedas no chão sujo de barro pode nos pegar desprevenidos. Para nós, os pais, o cálculo é mais fácil, a não ser numa coisa: o que levar para ler durante a viagem?

Esse foi um problema que enfrentei durante muitos anos. Como vocês sabem, eu sou capaz de ler bem rápido, e um livro só não é páreo para uma viagem de mais do que dois dias. Quando eram viagens do tipo “cultural”, com museus e ruínas para visitar, tudo bem, o tempo que sobrava para os livros era menor, e além disso sempre comprávamos alguma obra sobre a história local; mas as viagens “de descanso” exigiam bastante material de leitura para as horas passadas à beira da piscina. Hoje, com Luciana exigindo nossa atenção, o problema se reduziu bastante, e eu “descompliquei” ainda mais as coisas elegendo como meus companheiros de viagens pocket books em Inglês. Eles têm uma série de vantagens, começando pelo idioma: por mais proficiente que eu seja, y no soy tanto, sempre demoro mais a ler um livro em língua estrangeira do que um escrito em Português, mesmo que seja uma daquelas obras de Saramago, sem parágrafos nem pontos finais. Além disso, podem ser bem volumosos, com 700, 800 ou 1000 páginas de texto, mais ainda assim pequenos e leves, já que são impressos naquele infame papel jornal que se autodestrói em alguns anos. No entanto, eles apresentam um único e delicado problema: a história que contam pode ser aborrecida, ou mal escrita, ou simplesmente não me atrair no momento... e, como optei por levar um livro só, fico sem alternativa.

E aí começam os subterfúgios. Exercendo um dos sagrados direitos do leitor, pulo as descrições, como fiz em Moby Dick, ou capítulos inteiros, como na segunda metade de O Mundo de Sofia (meu companheiro na primeira viagem que fiz a Campos de Jordão). Às vezes vou olhar o final, como em People of the Lakes, para decidir se vale a pena atravessar toda a obra a fim de saber como aconteceu aquilo. Em geral, a necessidade de ter algo para ler leva a melhor, mas em Caxambu eu tinha escolhido um pocket tão chato (de faroeste: mea culpa) que o subconsciente agiu me fazendo esquecer o livro no banco do parque. Eu tinha lido o final, tudo bem, mas... foram os índios ou os brancos que mataram os irmãos da mocinha?

Agora, estou me preparando para uma viagem de duas semanas, e tive de pensar bastante antes de chegar a uma solução. Vou levar um pocket de cerca de 500 páginas, mas de contos, de forma que se algum for muito chato posso ir adiante sem sentimento de culpa; e ainda uma obra em Português, que fica de reserva para o caso de sobrar tempo e que também pode ser emprestada ao João, se ele terminar seu próprio livro. E além dos livrinhos dela de sempre (cerca de 30, bem fininhos, que costumamos levar em viagem), porei na mala os dois volumes de Lá Vem História, de Heloísa Prieto, para ler para Luciana. Isso quando eu conseguir que ela saia da piscina!

Viram como planejo bem as coisas? As mães têm que ser precavidas... E os fanáticos por leitura também, hehehe!

Bom, Pessoas... Vou ficando por aqui. Mas, antes de me despedir, queria lembrar os velhos tempos da Estante Mágica (lembram do Troféu Sr. José?) e deixar aqui algumas perguntas. Vocês costumam levar livros em suas viagens? Escolhem cuidadosamente a obra, como eu estou fazendo, ou pegam o que na hora encontram dando sopa na estante? E o que lembram de já ter lido durante uma viagem ou passeio?

Estou curiosa para saber. Me contem... Vou adorar ler tudo quando voltar!

Abraços a todos,

Até breve!

Ana Lúcia

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