Olá, Pessoas!
Chegou a hora de eu falar sobre as leituras de juvenis. Hoje são usadas várias subdivisões - infantojuvenis, livros para jovens adultos, para novos adultos e aí vai - mas aqui não me preocupei em fazer essas distinções, até porque variam muito de leitor para leitor. Mais uma vez, usei o critério dos 30% e escolhi três títulos nacionais; não houve favoritismo, esses foram mesmo os que preferi, mas fico feliz e honrada por citar três ótimas autoras que além disso são amigas muito queridas.
Vamos lá?
O Nalladigua, de Simone Saueressig. Primeiro livro da série “Os Sóis da América”, narra a odisseia de Pelume, que deixa sua terra no extremo sul do continente e parte em busca de uma história que faça o sol retornar. Ao longo da jornada ele encontra vários companheiros e se depara com criaturas míticas de toda a América, apresentadas de forma magistral através da prosa fluida e da excelente pesquisa de Simone. Ler este livro reacendeu em mim a vontade de ler e contar histórias, recomendo-o a todos.
Pedro e Inês, de Helena Gomes. Também fruto de um belo trabalho de pesquisa - dessa vez da história ibérica -, este livro conta de forma romanceada a história de Pedro (Pedro I de Portugal) e sua amada Inês de Castro. Cenário, personagens e narrativa são muito bem construídos e a edição ilustrada é primorosa. Vale a pena.
Territórios invisíveis, de Nikelen Witter. Uma excelente fantasia brasileira, conta a história de um grupo de jovens que se envolvem com uma sociedade secreta e são levados a Yvymarã, uma terra alternativa, habitada por estranhas criaturas e onde sua determinação será posta à prova. Aguardo o próximo volume da saga!
Uma Ilha no oceano, de Annika Thor. Creio ser este o único da lista que não tem um “pezinho na fantasia”. Conta a história de Steffi e Nelli, duas irmãs judias que, durante a II Guerra, são enviadas para viver numa cidade pesqueira da Suécia. Os problemas de adaptação adquirem um peso extra quando elas pensam se voltarão a ver sua família, mas apesar desse pano de fundo a narrativa jamais se torna pesada ou piegas. Muito bom.
Caminhos de sangue, de Moira Young. Finalmente um livro pós-catástrofe (o único da lista). Sua protagonista, Saba, vive num lugar inóspito e isolado com o pai, a irmãzinha e o irmão gêmeo a quem idolatra. Quando o jovem é raptado, ela empreende uma jornada para reencontrá-lo, deparando-se com situações insólitas e personagens mais ainda.
O Atlas esmeralda, de John Stephens. Primeiro volume da trilogia “Os livros do princípio” – este era um atlas, o segundo é uma crônica e sua história está em “A Crônica do fogo”. Apesar de uma premissa um pouco batida – órfãos que fazem parte de uma profecia – a obra segue um roteiro interessante, traz boas surpresas e uma narrativa muito bem trabalhada. Gostei.
Floresta sombria, de Matt Haig. Samuel e sua irmãzinha Martha perdem os pais num acidente de carro e vão viver na Noruega com sua simpática e amorosa Tia Eda. A casa fica à beira de uma floresta onde o marido de Eda desapareceu há muitos anos, e onde as crianças acabam por se aventurar, o que as fará ter estranhos encontros e revelações. O desfecho é um pouco corrido, mas a narrativa é excelente.
Guia do herói para salvar o seu reino, de Christopher Healy. Uma história humorística baseada em contos de fadas, focando quatro príncipes conhecidos coletivamente como “Encantado” e que na verdade têm personalidades bem diferentes: o grosseirão Gustavo, Frederico, delicado ao ponto da frescura, Liam, o único que pode ser chamado de herói e Duncan, que é... bom, um sujeitinho estranho. Quando seus romances com as princesas não dão certo eles formam a Liga dos Príncipes, destinada a limpar seus nomes e a salvar cinco reinos ameaçados por uma feiticeira. Super bem escrito e divertido, recomendo muito, para todas as idades..
O Livro selvagem, de Juan Villoro. O adolescente Juan se hospeda na casa de seu tio Tito, que vive praticamente afundado em livros, com a companhia apenas de três gatos e de sua cozinheira. Juntos eles tentarão descobrir uma obra singular: “O livro selvagem”, que resiste à leitura e que revelará muitos segredos ao ser encontrado. A narrativa do autor mexicano é bem legal, a história também, mas o melhor são as reflexões que vão sendo feitas sobre a relação entre os livros e os leitores.
Kate somente, de Erin Bow. Meu favorito para o fim... Kate vive numa cidade da Europa Central e é a filha e aprendiz de um entalhador. Precisando de dinheiro para se alimentar e a seu gato Braque – o melhor personagem do livro – ela faz um pacto com um estranho bruxo cigano, daí resultando uma jornada marcada por perigos, magia e pelo enfrentamento de situações de ódio e preconceito. Não é para os muito novinhos nem para os impressionáveis; diria que é ótimo para os futuros leitores da saga de Geralt de Rívia.
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Bom, essas foram as minhas dicas - dicas de uma leitora não tão jovem, mas eclética, mãe de uma adolescente e cujos textos, muitas vezes, se destinam a um público mais novo. Espero que vocês curtam e compartilhem.
Tenham um ótimo Natal - e até a próxima!
Um comentário:
Ahnnnnn...faltou a Fada e o Bruxo - As Crônicas de Ivi - www.iviuniverse.com
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