Oi, Pessoas! Tudo bem?
Como tenho feito há vários anos, chegou a hora de partilhar
com vocês a minha lista de títulos favoritos, dentre as leituras realizadas em
2014.
Este ano eu extrapolei e devorei nada menos que 142 títulos
até agora, sem contar HQs e contos comprados na Internet ou pinçados em
antologias que não li na íntegra. Nada mais justo, então, que apresentar uma
lista um pouco mais extensa, da qual irão constar 25 obras. E como eu tenho
lido muitos juvenis e, principalmente, livros daquela categoria chamada de jovem
adulto – o famoso YA – vou começar apresentando os dez que mais chamaram minha
atenção, ordenados alfabeticamente por título. Vamos lá?
The Giver Quartet, de Lois Lowry
Não sei se todos sabem, mas “The Giver”, aqui traduzido como
“O Doador de Memórias” e transformado em filme, tem três continuações. Em todos
os livros, jovens de diferentes sociedades surgidas após algum tipo de
catástrofe mundial enfrentam os limites que lhes são impostos e usam seus dons –
que vão da cura e da capacidade de tecer (literalmente) quadros do futuro à
simples persistência – para mudar suas próprias vidas e, quase sempre, fazer a
diferença para toda a comunidade. Gostei mais do segundo e do quarto livros,
mas o conjunto vale a pena, e os e-books (para quem lê inglês) estão baratos na
Amazon.
Graceling, de Kristin Cashore
Num universo imaginário, algumas pessoas são dotadas de
habilidades especiais. A de uma jovem de família real – lutar incansavelmente e
se recuperar com facilidade de qualquer ferimento – a leva a ser usada como assassina
por seu tio, um rei inescrupuloso. As coisas mudam quando ela conhece um jovem
de outro reino, também grande lutador, ao lado de quem viverá uma incrível aventura. Personagens e universo bem construídos e uma excelente narrativa
fazem com que este livro seja difícil de largar, o que se repete com outra obra
da autora, intitulada “Fogo” – passada no mesmo universo, mas não uma
continuação.
Lagoena, de Laísa Couto
O primeiro lançamento juvenil da Editora Draco traz a
história de Rheita, a neta de um joalheiro falido, que descobre a metade de um
mapa mágico entre as coisas do avô. Juntamente com seu amigo Kiel, ela segue a
rota que vai se desenhando conforme os dois avançam pelo mundo mágico de
Lagoena, habitado por criaturas fantásticas e que se encontra ameaçado por um rei-feiticeiro.
Influências de Narnia, Alice e dos contos de fadas podem ser encontradas em
meio às muitas peripécias de Rheita e Kiel e à prosa bem-cuidada da autora. Uma
bela estreia nacional.
O Livro dos Mil Dias, de Shannon Hale
Num cenário de contornos que lembram os da Mongólia, uma
jovem nobre é encerrada numa torre pelo pai, até que concorde em se casar com
um temível pretendente. Dashti, a filha de nômades que é sua criada, lhe faz
companhia e é quem narra esta história incrível, cheia de reviravoltas e cuja
narrativa mescla perfeitamente a sensibilidade e o bom-humor. Para mim, esta
obra mereceu cada um dos muitos prêmios literários recebidos.
O Peculiar, de Stefan Bachmann
Num mundo em que os habitantes de Faerie vivem próximos aos
humanos, os mestiços são escorraçados, perseguidos e mortos. Barthy, um garoto
mestiço, se alia a um homem ingênuo, mas de bom coração, para desvendar o
mistério do rapto e do assassinato de crianças como ele. O cenário é sombrio,
de contornos góticos e um toque steampunk, o que se mistura de forma
interessante com as referências ao Reino das Fadas. Aguardo a continuação.
A Pedra da História, de Simone Saueressig
Este livro fecha a série "Os Sóis da América", em que três
jovens amigos atravessam todo o continente americano desde seu ponto mais
meridional em busca de uma história que possa trazer de volta o Sol. O último
volume se passa na América do Norte, e apresenta alguns dos seres lendários da
região no desenrolar dos últimos lances da trama. Recomendo muito essa série
para quem se interessa pelos mitos americanos e pela arte de contar histórias.
Sombra e Ossos, de Leigh Bardugo
Num universo fantástico que guarda muitas semelhanças com a
Rússia dos Czares, os Grishas são uma elite composta por magos. Alina, a
protagonista e narradora,é cooptada pelo líder, conhecido como Darkling, que
pretende destruir a ameaça contida numa dimensão obscura daquele mundo. Um livro incrivelmente bem escrito (e
traduzido, também, pelo Eric Novello) que não consegui largar, e o mesmo
aconteceu com sua continuação, "Sol e Tormenta". Para quem lê inglês e quer
conhecer mais do trabalho de Leigh Bardugo, há novelas disponíveis na Amazon –
mas o que quero mesmo é o último volume da saga, prometido para o ano que vem!
As Três Princesas Negras, de Georgette Silen
Um livro interessante, que reconta algumas das histórias dos
irmãos Grimm (com ecos, é claro, nas obras de compiladores que vieram antes e
até de fábulas e narrativas mitológicas). A prosa de Georgette Silen é muito
hábil, de forma que mesmo aqueles que conhecem as histórias podem curtir as
novas versões.
Os Treze Tesouros, de Michelle Harrisson
Outro livro merecidamente premiado. Tanya é uma adolescente
britânica, assediada desde a infância por estranhas fadas que tanto a ajudam
quanto a atormentam. Na floresta próxima à casa da avó, ela descobre um
perturbador segredo de família que estreitará ainda mais seu contato com o
mundo de Faerie. Já comprei as duas continuações – "As Treze Maldições" e "Os
Treze Segredos" – e espero que continuem tão bem quanto o primeiro livro.
Wereworld, de Curtis Jobling
Na verdade esse é o nome da série, que acaba de ter o seu
terceiro volume lançado no Brasil. Num mundo formado por sete reinos (sempre
são sete...), um jovem descobre ser o herdeiro de um rei que tinha o poder de
se transformar em um lobo e cujo trono foi usurpado por uma família de
Werelions. Isso faz lembrar o universo de George R. R. Martin, mas o
interessante é que os nobres dos sete reinos são todos transmorfos, e existe
desde a família dos ratos até a dos tubarões e baleias. A história tem alguns
clichês, mas é bem narrada e ágil. Aliás, extremamente ágil: o livro tem ação o
tempo todo, e não poupa os jovens leitores de pelo menos dois dos “S” – sangue e
sujeira - da fantasia medieval. ;)
Bom, pessoal, estas são minhas recomendações, deixando claro
que não é minha intenção fazer qualquer juízo de valor. Em breve estarei de
volta, trazendo uma lista de meus nacionais favoritos para o público adulto –
uma listinha um pouco menor -, e por fim será a vez das recomendações de livros
estrangeiros. Na qual, embora possa parecer estranho, poucos livros são de
literatura fantástica.
Até lá – e, enquanto isso, espero comentários!
3 comentários:
Oi, Ana,
Primeiro, sinto-me honrada por Lagoena ter aparecido na sua lista. Da sua lista eu já conhecia alguns títulos, como Sombra e Ossos, comprei numa promo ano passado, comecei a ler e depois que vi uma resenha fazendo uma crítica muito embasada sobre o livro, perdi o gosto na época, mas quero voltar a ler.Os Treze Tesouros tbm já tinha me chamado a atenção na livraria, tanto que marquei no Skoob para não esquecer. Graceling, de Kristin Cashore
tbm é outro q rouba minha atenção, agora vejo ele na sua lista, acho que é um sinal! Obrigada pelas dicas!
Há tantos livros maravilhosos da sua lista que ainda quero ler e outros tantos que não conhecia ainda, mas que já quero ler.
Dessa sua enorme lista, só li Shadow and Bone.
Eu pensava que os quatro livros de que The Giver faz parte se passassem no mesmo mundo deste. Foi uma surpresa descobrir que, na verdade, cada um se passa numa realidade diferente.
Isabella, é o mesmo mundo sim, mas após a catástrofe cada comunidade criou uma sociedade diferente. É como se fossem vários países, num deles as condições são as do feudalismo, no outro as de Admirável Mundo Novo, no outro uma espécie de utopia rural... Mais ou menos isso. As histórias se entrelaçam a partir da terceira, por isso é legal ler todas elas, até porque o primeiro livro tem um final aberto que pode não agradar.
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