A ideia de uma ferramenta de busca pré-histórica é divertida, mas me inspirou uma reflexão.
Semana passada recebi na BN a visita de minha prima Verônica, que vive na Holanda, de seu marido Oscar e de sua filhinha Sophie. Com eles estavam também dois sobrinhos do Oscar, um dos quais ficou intrigado diante de um catálogo de fichas. Ele, que tem 19 anos e frequenta a biblioteca de sua universidade, jamais tinha visto aquilo, e me perguntou, a sério, como se fazia para pesquisar. Quando expliquei, porém, ele entendeu na hora, e até usou uma analogia parecida com essa da imagem, dizendo que era uma base de dados em papel. E isso por quê? Porque o suporte mudou, mas a lógica da organização da informação continua sendo a mesma.
Fico ouvindo dizer que livros e bibliotecas vão morrer, mas acho que devemos reformular essa afirmação. Nada disso vai acabar, mas sim continuar em seu processo de mudança, como aliás vem acontecendo desde o tempo das tabuinhas de argila. E todos nós, leitores, escritores e bibliotecários, vamos nos adaptar belamente. Vocês não acham?
Um comentário:
Concordo. Pode até mudar os meios. Mas ainda prefiro o cheiro dos livros e o contato com folhas um tanto ásperas além do prazer de levar para cama antes de dormir. Talvez procurar nas fichinhas seja mais prazeroso a descoberta um tanto lenta do que a rapidez anódina dos mecanismos de buscas.
César
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