sexta-feira, junho 20, 2014
A Vida Secreta de Walter Mitty
Dirigido e estrelado por Ben Stiller, o filme “A Vida Secreta de Walter Mitty” (“The Secret Life of Walter Mitty”, 2013) foi inspirado num conto do escritor americano James Thurber, publicado em 1939 no jornal “The New Yorker”. Ao contrário de uma adaptação anterior (de 1947), em que o protagonista sonhador salvava o dia ao se tornar agente secreto, este filme não pretende tirar seu herói da condição de um homem comum - mas, através de um roteiro muito simples e uma belíssima fotografia, consegue fazer com que o espectador compreenda a nova dimensão que sua personalidade adquiriu ao longo de uma grande jornada..
Escrevi sobre este filme no site do Leitor Cabuloso. Confiram!
quinta-feira, junho 12, 2014
quinta-feira, junho 05, 2014
Federico García Lorca
Quando criança, e principalmente durante os anos de uma adolescência menos tranquila do que supõem os que conhecem a Mulher Grisalha, eu costumava ter "manias". Nada doentio, se bem que um pouco obsessivo: eu encontrava um assunto que me interessasse e começava a ler e pesquisar tudo que encontrasse sobre ele, o que, naqueles tempos anteriores à Internet, se resumia aos livros em que pudesse fisicamente pôr as mãos. Lembro-me da "mania" dos egípcios (quando eu queria ser arqueóloga), dos romanos, dos curupiras (não me perguntem) e, um pouco mais tarde, dos ciganos, reais ou romantizados. Outras viriam mais tarde, e creio que a maior parte delas me ajudou a reunir a razoável bagagem literária e cultural que acredito possuir hoje em dia.
Aos 13 anos, na época da "mania" dos ciganos, conheci o trabalho de um escritor que até hoje me encanta, o espanhol Federico García Lorca. O primeiro contato se deu através de uma das muitas antologias que meus pais recebiam em casa (era um trecho da peça "Bodas de Sangue") e uma pesquisa enciclopédica me levou a descobrir, e fazer tudo para encontrar, um de seus livros de poemas, "Romancero Gitano". No aniversário de 14 anos ele chegou em casa, com uma bela dedicatória de mamãe e acompanhado de um segundo livro, a edição brasileira de "Cem Anos de Solidão", de García Márquez, pois segundo ela teve dó de me presentear apenas com o "Romancero". Era tão fininho! :)
Pois sim, Dona Luizita, era um livro bem fino, mas fez o deleite de sua filha mais nova. E não sem razão! Naqueles poemas, encontrei belas sonoridades e imagens riquíssimas, em que a natureza - ventos, metal, lua, juncos - representa e confere uma dimensão universal à alma e à vida dos gitanos. Nos poemas desse livro e nos que eu leria mais tarde, bem como nos textos dramáticos - "Yerma", principalmente -, encontrei muita coisa que me fez pensar, muitas ideias para futuras pesquisas (sendo os "gitanos" andaluzes, que também são os moçárabes, tema da minha monografia e de alguns artigos) e, ainda, inspiração para os rabiscos literários que acabaram resultando na criação de personagens como Raymond, Zemel e Cyprien. Mais que o prazer obtido na leitura, a obra de García Lorca me proporcionou o bem precioso que é a verdadeira "matéria para os sonhos": o alimento para a alma do escritor e do artista.
ROMANCE SONÁMBULO
(fragmento)
Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas le están mirando
y ella no puede mirarlas.
Nascido a 5 de junho de 1898, Federico García Lorca foi assassinado aos 38 anos de idade. Há controvérsias sobre os motivos que acarretaram sua morte, mas as teorias mais aceitas apontam para razões políticas: opondo-se à repressão dos humildes pelos poderosos, o escritor teria sido uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola. Mas sua voz continua a ecoar no verde vento e nas verdes ramas.
segunda-feira, maio 12, 2014
Aí Vêm os Vikings!
Pessoas Queridas,
Uma das séries de TV que venho acompanhando com entusiasmo é Vikings, exibida no Brasil pela NatGeo. Além de contar uma história emocionante sobre personagens que eu conhecia das sagas, lendas e recontos - e que amo desde sempre -, ela tem o mérito de recriar os cenários e os acontecimentos da época com muita fidelidade... embora, deva-se dizer, não com a fidelidade absoluta que se esperaria de um documentário.
Mas Vikings é um documentário? Ou é uma série dramática, na qual o roteirista deve sacrificar a exatidão histórica em nome da adequação ao grande público? E qual a aproximação que se pode fazer entre essa série e uma de fantasia inspirada, mas não ambientada na Idade Média, como minha outra favorita, Guerra dos Tronos?
A convite do Lucien, do site Leitor Cabuloso, escrevi sobre o tema, e agora compartilho com vocês minhas impressões. Confiram clicando aqui. E depois me digam o que lhes pareceu.
Abraços a todos,
Até a próxima!
segunda-feira, maio 05, 2014
Mário Quintana : 1906 - 1994
Eu faço versos como os saltimbancos
Desconjuntam os ossos doloridos.
A entrada é livre para os conhecidos...
Sentai, Amadas, nos primeiros bancos!
Vão começar as convulsões e arrancos
Sobre os velhos tapetes estendidos...
Olhai o coração que entre gemidos
Giro na ponta dos meus dedos brancos!
“Meu Deus! Mas tu não mudas o programa!”
Protesta a clara voz das Bem-Amadas.
”Que tédio!” o coro dos Amigos clama.
“Mas que vos dar de novo e de imprevisto?”
Digo... e retorço as pobres mãos cansadas:
“Eu sei chorar... Eu sei sofrer... Só isto!”
.....
Pessoas queridas,
Há exatos vinte anos perdíamos Mário Quintana para o céu dos anjos e dos cata-ventos. Para recordá-lo, compartilho este poema que sempre me faz lembrar dos saltimbancos de Athelgard, embora - claro - eles sejam um pouco menos líricos e muito mais patifes. :) Espero que gostem!
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