Venho compartilhar um pouco sobre o trabalho de Arthur Rackham, cuja arte será reproduzida nos marcadores e postais da coletânea Duendes: contos sombrios de reinos invisíveis.
Rackham (1867 – 1939) nasceu em Londres, numa família com doze filhos. Segundo seu biógrafo, Derek Hudson, era apaixonado por desenho desde criança e escondia papel e lápis sob as cobertas; quando sua mãe confiscava o papel, desenhava na fronha do travesseiro (eu queria ter visto esses desenhos).
Aos 18 anos o jovem Rackham começou a trabalhar como escriturário e, ao mesmo tempo, a estudar e praticar na Lambeth School of Art. Em 1892 deixou o escritório e passou a trabalhar como repórter e ilustrador no jornal The Westminster Budget, mas os desenhos que realizava para eles eram muito convencionais. Assim, voltou seu interesse para os livros ilustrados, onde tinha mais liberdade criativa. Sua primeira ilustração em livro foi publicada num guia dos Estados Unidos e Canadá, chamada To the Other Side, em 1893. Tempos depois, trabalhou em The Ingoldsby Legends (1898) e Tales from Shakespeare (1889), considerados dois dos mais importantes livros ilustrados daquela época.
Ilustração de The Ingoldsby Legends |
A consagração de Arthur Rackham como ilustrador se deu com a publicação da primeira edição de The Fairy Tales of the Brothers Grimm, em 1900. O livro foi um sucesso, várias vezes reeditado, e apenas um dos muitos que ilustrou com temas ligados aos contos de fadas. Segundo o artista, seu sucesso se devia ao profundo conhecimento dos contos e do imaginário associado – e a verdade é que seus melhores e mais conhecidos trabalhos seguem a temática feérica, ou se referem à literatura para crianças e jovens com um pé na fantasia, como Peter Pan (o autor J. M. Barrie contratou Rackham para ilustrar Peter Pan in Kensington Gardens, livro que saiu em 1906 e antecede a “obra canônica” Peter and Wendy, de 1911) e Alice in Wonderland (1907). Outras obras de grande sucesso foram Rip van Winkle (1905), The Romance of King Arthur (1917) e The Legend of Sleepy Hollow (1920).
As fadas de Rackham |
Nos anos 1920, tendo ilustrado dezenas de livros e recebido prêmios, Arthur Rackam viu suas vendas descrescerem um pouco no Reino Unido, ao mesmo tempo que sua fama se ampliava nos Estados Unidos da América. Na década seguinte sua saúde, assim como a de sua esposa, Edith, começou a declinar. Ainda assim, o artista continuou a produzir maravilhas, como uma bela edição dos contos de Andersen (1932), ilustrações para Goblin Market, de Christina Rossetti (1933) e, no mesmo ano, The Arthur Rackham Fairy Book.
O último projeto em que Rackham trabalhou teve para ele um grande valor sentimental: as ilustrações de The Wind in the Willows (escrito por Kenneth Grahame em 1908), que não pudera fazer alguns anos antes devido a outros compromissos, mas que lhe vinham sendo pedidas por pequenos leitores. A última ilustração foi concluída pouco antes da morte do artista, de câncer, em 1939. O livro foi publicado postumamente no ano seguinte.
O Piquenique do Toupeira e do Rato d´Agua, em The Wind in the Willows |
Arthur Rackham deixou um incrível legado que inspirou muitos artistas plásticos e escritores. Desejamos que inspire também os leitores de Duendes, razão pela qual utilizamos suas ilustrações, hoje em domínio público, na arte das nossas recompensas. Por enquanto, quem adquirir a coletânea através do Catarse irá receber um postal e um marcador, mas esse brinde será duplicado tão logo a campanha atinja a meta estendida de R$ 8.000,00. E esse é só o primeiro dos nossos potes de ouro!
Vem com a gente?
Para conhecer, apoiar e divulgar entre no site do Catarse. Agradecemos desde já por sua colaboração!
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