Abandonei alguns trabalhos. Digo a mim mesma que isso é normal, que muitos escritores têm dezenas, centenas, milhares de textos inacabados. Digo também, com o máximo de firmeza, que alguns dos contos largados no caminho talvez sejam retomados, porém muitos não passaram de exercício, frutos apressados de um entusiasmo que logo se extinguiu. Guardo-os comigo sem remorso, sem cuidado, como quem guarda antigos cartões de visita.
E ainda assim, quando estou só e o mundo faz silêncio, ouço a respiração de meus heróis no escuro, e o som do vento no deserto onde esqueci suas histórias.
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