sexta-feira, dezembro 30, 2011

Retrospecto: Melhores Leituras de 2011 (Parte 2)

Oi, Pessoas!

Como prometido, aqui vai a lista dos "10 mais" de 2011, desta vez de autores brasileiros. Lembro, mais uma vez, que os livros estão na ordem em que foram lidos e não na de preferência, OK?

Livros Nacionais - Mainstream

O Livro dos mandarins, de Ricardo Lísias. Um executivo bancário decidido a subir a qualquer custo se deixa envolver por uma farsa corporativa, que, ao longo de situações cada vez mais bizarras, vai distorcendo sua visão da realidade e sua própria personalidade. Nonsense e delicioso.

O Arroz de Palma, de Francisco Azevedo. Uma saga de família que começa em Portugal e termina no interior do Brasil. Antonio é o filho mais velho e o narrador dessa ótima história que é humana, sensível, verdadeira e nem uma vírgula piegas. Para ler mais de uma vez e partilhar com nossos entes queridos.

Yuxin, de Ana Miranda. A autora de Desmundo e outras obras geniais dá voz a uma jovem indígena do Acre, no início do século XIX, para narrar a história e o sofrimento de seu povo com uma linguagem peculiar. Não é um livro para todos. Foi um dos melhores, para mim.

Contramão, de Henrique Schneider. O atropelamento de duas crianças vira do avesso o dia e a vida de Otávio Augusto, jovem executivo portoalegrense. História simples que prende o leitor pela força da narrativa.

Então você quer ser escritor?, de Miguel Sanches Neto. Coletânea de contos do autor paranaense, um dos meus prediletos desde seu excelente Chove sobre minha infância. Alguns contos são pura ficção, outros fazem referência a episódios na vida de Miguel e todos são muito bons. Vale a pena.

Livros Nacionais - Literatura Fantástica

Annabel e Sarah, de Jim Anotsu. Duas irmãs, que não poderiam ser mais diferentes, são arrastadas para um estranho mundo onde encontram personagens curiosos. Cada qual vive uma aventura própria a fim de reencontrar a outra - e a parte de si mesma que se perdeu. Um livro muito legal, especialmente pelas referências à literatura beatnik.

Os Aparados, de Letícia Wierzchowski.Num futuro indefinido, Porto Alegre sofre os efeitos de chuvas torrenciais, com alagamentos, mortes e outras catástrofes. Nesse contexto, um avô e sua neta se refugiam nos Aparados da Serra, tentando sobreviver e, ao mesmo tempo, resgatar o laço tênue do amor entre ambos. Sensível, humano e admiravelmente bem escrito.

Eriana, de Marcelo Paschoalin. Um livro curtinho, com personagens que são como arquétipos e repleto de ação do início ao fim. Lembra uma aventura de RPG, mas com dois grandes diferenciais: a linguagem bem-cuidada, quase erudita de Paschoalin e o simbolismo sutilmente contido na trama. Vale a pena.

Cira e o Velho, de Walter Tierno. De forma surpreendente, este livro mistura a lenda brasileira da Cobra Norato e um personagem histórico, o bandeirante Domingos Jorge Velho, para contar uma história cheia de ação, erotismo e reviravoltas.

Reino das névoas, de Camila Fernandes. Mais um livro de que sou "suspeita" para falar. Como eu em O Caçador, Camila recria contos de fadas, mas com outro viés e outra linguagem. O resultado é um livro sério, bonito de ver e gostoso de ler. Recomendo.

...

Bom, amigos... O ano está quase acabando e eu aqui com tanto a dizer. Não faz mal: deixo para 2012, que nos trará muitas e belas novidades. Espero que continuem aqui na Estante, partilhando leituras, pensamentos e sonhos. É um prazer e uma honra contar com vocês.

No mais,


E que caminhemos em Beleza!

Abraços pra vocês,

Até breve!

Um comentário:

Vânia Vidal disse...

Oi Ana!

Você me obriga a um ato de contrição: quase não leio mais literatura brasileira.

Depois de sucessivas decepções, julguei (possivelmente mal)que não valia mais perder meu precioso tempo com a Literatura tupini(quem).

Isso tem um motivo, que é o meu trabalho (e vc bem sabe qual), e não um possível desprezo pelo meu país.

Mas isso não é totalmente verdadeiro. Encontrei bons livros de literatura nacional em algumas editoras pequenas.

Claro que ainda se tem muito o que caminhar para a nossa literatura recuperar a qualidade que tinha (teve), tanto em produção literária, mas sobretudo em relação ao mercado editorial. Mas a gente chega lá...com fé e paciência.

Pois, salvo raríssimas exceções, há muito pouco o que se comentar de bom nesse quesito. E falo isso mesmo correndo o risco de levar uma saravaida na cabeça.

Tirando um ou dois livros dessa lista, minha ignorância não permite opinar muito mais não...

No entanto, o que eu falei lá em cima eu mantenho.

um beijo.
Vania