Pensei por um longo tempo antes de escrever este post sobre as melhores leituras de 2017. Como eu já disse em uma postagem do Facebook, li muito pouca fantasia, e praticamente nenhum livro de fantasia épica. No entanto, tradição é tradição, literatura é literatura... por isso, para começar, aqui vão os cinco livros estrangeiros cuja leitura mais me intrigou, mexeu comigo ou simplesmente me deu prazer ao longo deste ano que termina.
The Animal Wife, de Elizabeth Marshall Thomas.
Embora as histórias sejam independentes, pode-se dizer que este livro é a continuação de A Lua da Rena (Reindeer Moon), um dos meus livros favoritos, que muito contribuiu para eu escrever histórias de xamãs e caçadores. O ponto de vista agora é de um rapaz, portanto vemos o lado masculino daquele universo rústico, pragmático, às vezes violento, em que a sobrevivência está sempre por um fio. Por outro lado, as relações familiares formam um mosaico intrincado e determinam boa parte das ações e decisões. O livro não foi traduzido aqui, comprei em e-book pela Amazon; não foi barato, mas valeu muitíssimo a pena.
Aproveito para deixar aqui um link para o meu artigo, bem antiguinho, sobre ficção pré-histórica. Isso se vocês ainda não viram. E outro fica aqui para o meu conto A Mãe da Montanha das Águias, escrito sob influência de A Lua da Rena. Ah, só um detalhe: A Montanha citada é o lugar onde, séculos mais tarde, construiriam o Castelo das Águias.
Os Pescadores, de Chigozie Obioma.
Em meio a um processo de eleição que poderia mudar o destino da Nigéria, quatro jovens irmãos desobedecem às ordens do pai e vão pescar no rio. Ao regressar, encontram um louco que faz uma profecia sombria acerca de um deles, o que interfere poderosamente em sua vida e em seu futuro. A história é narrada com força e sensibilidade, fazendo deste um livro que você não consegue largar até chegar ao final.
As Rãs, de Mo Yan.
Na China dos anos 1960, a política do filho único foi levada às últimas consequências, e os obstetras encarregados de trabalhar em uma região eram responsabilizados pelos nascimentos “fora da lei”. Este livro, em parte ficção histórica, em parte realismo mágico, narra as peripécias de uma delas sob o ponto de vista de seu sobrinho, que viu sua vida, a de sua família e amigos serem marcadas pelo radicalismo dessa medida.
Underground Railroad, de Colson Whitehead.
Cora é escrava numa fazenda do sul dos Estados Unidos. Ao conhecer Caesar, ele lhe conta sobre a rede de rotas clandestinas que ajuda escravos a fugirem para o Norte e para o Canadá, e os dois se lançam numa longa viagem cheia de percalços, conhecendo todo tipo de gente e tendo um vingativo caçador de escravos nos calcanhares. As imagens fortes, o ritmo de escrita e o interesse pelo assunto me fizeram ler esse livro de uma sentada.
A Língua dos Pássaros, de Stephen Kelman.
Narrado sob o ponto de vista de um menino africano, que vive em Londres com a mãe e a irmã mais velha, o livro gira em torno de um cotidiano escolar marcado pela atuação de gangues, pela competição, pelos delitos e por segredos às vezes perturbadores. Os toques ocasionais de humor e lirismo ganham sabor agridoce dentro do grande quadro. Recomendo!
*****
Bom, Pessoas... Foram esses os livros estrangeiros que mais me marcaram ao longo do ano. Volto depois do Natal para falar dos nacionais, onde vocês encontrarão, finalmente, alguns títulos de fantasia.
Desejo a todos bom período de festas, de encontros, de descanso.
Até breve!
Nenhum comentário:
Postar um comentário