sexta-feira, junho 12, 2015

Luiza Cândida Merege, 1932 - 2015



Minha mãe carregou pela vida um nome que a traduziu perfeitamente. "Luiza" vem do germânico, e significa "Guerreira". "Cândida" significa "Pura". "Merege" é um sobrenome libanês que, em tradução livre, quer dizer "Cintilante". E todas essas coisas ela sempre foi.

O "Correia", agregado pelo casamento com meu pai, pode significar um cinturão, talvez o de Órion, uma fileira de estrelas representando as boas coisas que ficaram da sua passagem por este planeta azul. O carinho, o cuidado, as boas palavras. Também os filhos e netas, os miudinhos que por algum tempo não entenderão que a Bisa foi para o céu, os que ainda virão, que ainda brilharão, que nunca terão o privilégio de conhecê-la, mas que, como todos nós, terão alguém olhando por eles lá de cima.

De onde mesmo? Quem sabe? Minha mãe, embora não praticante, era kardecista, e tenho certeza de que atravessou todas as passagens e umbrais e chegou logo a um lugar iluminado e muito bonito. Eu não sei para onde vou, não faço ideia... Mas a alma tem muitas moradas, percorre muitos universos. Onde quer que a minha jornada me leve, eu sei que um dia vou dar um jeito de me encontrar de novo com ela.

Boa viagem, Mãe, vá sem cuidado.

Até a vista.

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A imagem do post é das "Mãos que Oram" de Albrecht Durer. Se bem que as de minha mãe sempre foram as mãos que trabalhavam. Aquelas que contam mais.

2 comentários:

PEP disse...

muito bonito o texto.

mushi-san disse...

meus pêsames, Ana. Abraço para todos aí!!